A área cultivada com soja em Mato Grosso do Sul deve crescer 15% na safra que começa a ser semeada assim que caírem as primeiras chuvas, previstas para a última semana de setembro.
O diretor executivo da Associação dos Produtores de Soja do Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS), Lucas Galvan, diz que as estimativas são de plantio entre 2 milhões e 2,1 milhões de hectares, com aumento de mais de 250 mil hectares em relação à safra passada. A produção prevista é de 6 milhões de toneladas, ante os 4,7 milhões de toneladas colhidos na safra passada.
Grande parte da expansão da soja no Mato Grosso do Sul está ocorrendo em áreas de pastagens que foram convertidas para o cultivo de grão. Galvan destaca que uma prática que vem se disseminando é a parceria entre pecuaristas e agricultores na conversão das pastagens, com o plantio do milho safrinha consorciado com a braquiária, o que permite o pastejo e a engorda do gado no inverno, antes do início do plantio da soja.
As projeções da Aprosoja/MS são de avanço da oleaginosa também sobre outras culturas, principalmente o algodão, cuja área deve recuar para 42 mil hectares, ante os 60 mil ha cultivados na safra passada. A rentabilidade da soja supera também o milho verão no Mato Grosso do Sul, onde o cereal deve perder 10 mil hectares. A área de milho verão é estimada em 40 mil hectares. A Aprosoja estima que a comercialização atingiu 40% da soja que será colhida a partir de janeiro do próximo ano, volume bem acima dos 25% tradicionais para esta época do ano. Galvan explica que, historicamente, os agricultores se mostram cautelosos em vender antecipadamente a soja, por causa do risco do veranico e do receio de não ter volume de soja suficiente para entregar após a colheita. Os altos preços estimularam as vendas, pois os contratos saíram na faixa de R$ 50 a R$ 55 a saca, bem acima da média de R$ 44 a saca da safra passada.
Lucas Galvan diz que ainda é cedo para arriscar previsões sobre o milho safrinha, mas as perspectivas são otimistas, em função dos altos preços do cereal. Neste ano os agricultores do Mato Grosso colheram uma “supersafrinha” de 1,2 milhão de toneladas de milho, com a boa média de produtividade de 87 sacas por hectare.O milho safrinha ganhou espaço do trigo no sul do Estado. A área de trigo que era de 100 mil hectares no Mato Grosso do Sul caiu para os atuais 35 mil hectares, em função dos preços baixos e das dificuldades para venda do produto. Galvan diz que lamenta a redução no plantio do trigo, pois do ponto de vista agronômico é uma ótima alternativa para a rotação de culturas com a soja.
Agência Estado
Foto: Roberto Witter