Cresce o cultivo de palmito pupunha na região do Vale do Ribeira, em São Paulo. De acordo com a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), cerca de dois milhões de pés são plantados a cada ano. As condições positivas de mercado são apontadas como estímulo à produção.
Atualmente, o Vale do Ribeira tem cerca de 36 milhões de pés de pupunha. Segundo Khalil Yepes Hojeije, diretor do Instituto Palmito Seguro, o preço pago ao produtor tem variado de R$ 2,80 a R$ 3,00 a peça. Nos últimos dois anos, o pupunha foi o que mais cresceu na preferência do consumidor em relação a outras variedades de palmito.
– Esse é um dado extremamente importante, porque a partir do momento em que o cultivado está fazendo mais sucesso no mercado, a gente vê que a conscientização do consumidor também está atrelada à ecologia, a produtos mais sustentáveis – avalia.
Há 15 anos, a família do produtor rural Inácio Kanashiro começou a plantar pupunha em Juquiá, interior paulista. No entanto, só de três anos pra cá é que o agricultor resolveu entrar mais forte no mercado. Para isso, está recuperando a área e o palmito, que é fornecido para indústrias da região. Kanashiro quer aumentar a área plantada. Hoje, dos 35 hectares que tem na propriedade, dois tem o palmito cultivado. A expectativa é aumentar mais cinco hectares em 2013. Para isso, ele deve ocupar uma parte da área hoje cultivada com banana.
O mercado tem estimulado também a pesquisa. Professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Samuel Ferrari, iniciou um trabalho, há seis meses, com o objetivo de aumentar a produtividade do palmito pupunha e garantir pelo menos um ciclo produtivo a mais em relação ao cultivado atualmente. Ele espera ter os primeiros resultados em dois anos.
– Nosso trabalho busca aumento de produtividade logo nos primeiros anos de colheita da pupunha porque é sabido que o produto demora de dois a três anos para iniciar a colheita e, no terceiro ano, ainda tem um baixo potencial produtivo – explica.
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Foto: Marcelo Becker