A piracema, fase de reprodução dos peixes e com pesca limitada em diversas regiões do país, já começou. Nesse período de desova dos peixes, a polícia ambiental redobra os olhares no rio Uruguai, em Santa Catarina. Até o dia 31 de janeiro, apenas a pesca com linha de mão é permitida no local, com o limite máximo de cinco quilos por pescador. O uso de barcos com motor também é proibido – apenas a embarcação da polícia tem permissão para andar com esse equipamento e é assim que os agentes fiscalizam as águas para garantir a preservação das espécies.
No rio, muitas vezes são encontradas esperas, uma espécie de armadilha para os peixes, nos galhos das árvores. Os pescadores as prendem nas áreas em que os animais se refugiam para buscar comida. Todas as linhas encontradas pelos policiais são recolhidas. Mais adiante no curso do rio, seu Jorge, um professor aposentado, morador da vizinhança, recebe orientações dos agentes sobre como preservar a área de terra e sobre o que pode e o que não pode ser feito às margens do rio.
O trabalho da polícia ambiental vai além da fiscalização, buscando sempre orientar a comunidade e promover a educação ambiental. A lei prevê quatro meses de respeito ao período de desova. De acordo com o soldado Luciano, é um tempo mínimo de intervalo garantido na legislação, mas a natureza precisa de mais espaço para vingar. Por isso, respeitar os limites do rio e de suas espécies é fundamental em todas as épocas do ano. O dourado, por exemplo, é uma espécie de peixe que não pode ser retirada da água com menos de 55 centímetros de comprimento. O pintado precisa estar com pelo menos 80 centímetros para ser pescado. Quem infringe a lei pode levar multa e até ser preso.
Nos últimos anos, o número de redes e materiais ilegais de pesca apreendidos durante a piracema na região diminuiu. Em 2010, foram 13 mil metros de rede recolhidas. No ano seguinte, foram 10 mil metros e, nos primeiros dias da piracema de 2012, a polícia ambiental recolheu cerca de 500 metros do material utilizado para a captura de peixes. Todos os anos, os agentes percorrem toda a bacia do rio Uruguai. Mais importante que a fiscalização, porém, é a conscientização da comunidade para que se preserve o rio que é fonte de renda, fonte de vida e protagonista da paisagem inspiradora da região.
Canal Rural
Foto: Rafiq Maqbool/ APN