Para diversificar a produção do morango, produtores da região do Vale do Caí, no Rio Grande do Sul, estão apostando no cultivo orgânico no sistema semi-hidropônico, que é livre de agroquímicos. A ideia é pioneira no Estado.
O sistema semi-hidropônico usado no cultivo do morango existe há mais de 10 anos, mas no município de Bom Princípio, conhecido como a capital nacional do morango, é a primeira vez que ele é testado no plantio. As mudas importadas do Chile e da Argentina são plantadas a um metro do chão, o que facilita o acompanhamento.
— No sistema convencional isso caiu com uma luva para os produtores de Bom Princípio. Se não fosse nesse sistema, muitos produtores teriam desistido pela dificuldade de colher o morango agachado. A gente resolveu levar isso para o orgânico também para ajudar os produtores e estimular que cada vez mais se tenha um produto limpo, livre de agrotóxico — explica Juliano Galina, técnico agrícola da Emater-RS.
Para a safra atual a expectativa é colher 10 mil kg de morango orgânico no município. O produtor rural José Veit investiu cerca de R$ 7 mil na infraestrutura da propriedade para o plantio da fruta e não se arrependeu de apostar na cultura ecológica.
— Nesse sistema é possível trabalhar de pé e tu não vais forçar a coluna, não prejudica. Eu vejo uma vantagem muito boa nesse lado e na redução de pragas. Aqui eu consigo deixar o morango amadurecer bem, diferente do que se estivesse produzindo no chão. No chão tem que colher quando estivesse uma parte meio verde para não perder ele — diz o produtor.
Em Bom Princípio a fruta orgânica é vendida direto para o consumidor em feiras. A bandeja de mais de 300 gramas custa em média R$ 4,00.
— Vários produtores que estão no sistema convencional hoje já estão de olho nas unidades demonstrativas aqui do município produzida pelo ecomorango. Com certeza produtores que estão produzindo na forma convencional irão produzir mais tarde no sistema orgânico também — afirma o técnico da Emater.
Foto: Renato Araújo/ABr