Produtores de morango do Estado de São Paulo começam a colher os primeiros frutos certificados com o selo Brasil do Ministério da Agricultura.
A medida mudou o modo como o produtor rural Dionísio Ferreira, de Atibaia, no interior paulista, plantava o fruto. Há mais de 20 anos, o agricultor cultivava a fruta no sistema convencional, mas a possibilidade de agregar maior valor ao produto, além proporcionar ao consumidor uma fruta mais saudável, fez o produtor alterar o modo de plantio.
Em novembro do ano passado, a equipe do Canal Rural esteve na propriedade do produtor rural. Na época, Ferreira, que cultiva quatro hectares com sete mil pés de morangos, trabalhava para conseguir o selo de certificação da Produção Integrada de Morangos (Pimo), concedido pelo Ministério da Agricultura. Há 10 meses, quando os técnicos do ministério estiveram no loocal, o agricultor realizava entre 30 e 38 aplicações de defensivos por ano, número que, hoje, caiu para quatro. Como resultado, a caixa com 1,2 kg da fruta quase dobrou de preço.
– Por ter selo, é um produto que vai favorecer muito a saúde do consumidor e do próprio produtor, porque vai usar menos agroquímico – disse o produtor.
A entrada no sistema para receber a certificação é voluntária, mas é preciso seguir uma série de exigências determinadas pelo orgão. A visita técnica incluiu a verificação de laudos de água, do solo, destinação correta de embalagens vazias de agrotóxicos, notas fiscais de produtos e insumos. Segundo o diretor da Associação Hortolândia de Atibaia, Jorge Matsuda, o processo deve continuar sendo seguido pelo produtor.
– O técnico vem e faz a análise para o produtor não extrapolar de novo. Eles acompanham os produtores para dar continuidade ao processo e segurança para o consumidor – explica.
No Brasil, apenas oito produtores receberam o selo do Ministério da Agricultura. O próximo passo é levar o produto até o consumidor, e uma das formas de divulgação acontece em Atibaia, cidade responsável por 30% da safra nacional da fruta. A feira, que acontece há 32 anos, traz as tendências do mercado. Segundo Ferreira, a expectativa para a próxima safra é plantar um pouco mais da área e convocar os demais produtores que plantam no mesmo regime.
– Assim, teremos uma boa quantidade no mercado, o que será suficiente para atender a demanda – afirmou o produtor.
Foto: Renato Araújo/ABr