Em decisão inédita no mundo, o Rodeio Itu adotou a obrigatoriedade do uso de capacete pelos competidores nas provas de montaria no evento que está sendo realizado entre os dias 6 e 15 de setembro, na Arena Maeda, em Itu/SP. Esta será a primeira vez na história dos rodeios que um evento terá o uso obrigatório deste equipamento de proteção individual pelos competidores, bem como do colete protetor.
A iniciativa, pioneira em todo o país, é do diretor técnico do evento, Luiz Fernando Teochi, que também é médico ortopedista e especialista em medicina esportiva com foco em rodeios.
– O rodeio é um esporte com grande número de lesões – afirma Teochi. A ideia do uso de proteção em peões surgiu a partir das fraturas que ele viu em seus pacientes e também de estudos realizados no mundo todo.
Reginaldo da Silva é peão há uma década e desde que sofreu um acidente, há oito anos, ele usa o capacete em todos os rodeios, então para ele não há novidade.
– Tomei uma cabeçada e fiquei cerca de uma hora e meia desacordado. Daquele dia para frente, resolvi sempre montar de capacete, já ocorreram várias pancadas no rosto, mas graças a Deus nunca tive nenhum tipo de fratura.
Já Silvanei de Carvalho Dias, peão há 14 anos, ganhador de vários prêmios nacionais e campeão do prêmio de Las Vegas duas vezes, aceitou utilizar porque é obrigatório, mas não pretende seguir acompanhado do capacete em outras provas. Mesmo assim, ele concorda que o uso pode evitar fraturas e melhorar a qualidade de vida dos peões.
– Para mim, não há necessidade de usar, eu acostumei assim e prefiro terminar assim. Mas eu sempre aconselho para quem está começando usar capacete, porque você acostuma – afirma o peão.
Antes de entrar na pista, nada mudou: na preparação, todos continuam com os tradicionais chapéus que completam o figurino tradicional do rodeio. Na hora de entrar no brete, porém, os peões trocam os chapéus pelo capacete, e concordam que, com a medida, a segurança dos competidores é reforçada.
– Eu já tive duas fraturas no rosto embaixo do olho, já quebrei o nariz, já tive cinco cortes embaixo do queixo e acredito que, se eu estivesse com capacete, não teria acontecido nada disso – afirma Carvalho Dias.
Reginaldo da Silva também aconselha o uso dos novos equipamentos.
– Eu aconselho hoje quem está começando usar o capacete, com certeza. Eu monto já com capacete há oito anos e se for para montar sem eu não tenho coragem não – completa.
CANAL RURAL/RODEIO DE ITU
Foto: Divulgação