No dia 19 de novembro de 2002, os vinhos e espumantes do Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, se tornaram os primeiros produtos brasileiros com Indicação Geográfica – modalidade Indicação de Procedência. Agora, em 11 de setembro de 2012, quase 10 anos depois, o INPI anunciou que eles terão a Denominação de Origem, tipo “mais valioso” da IG, assim como os vinhos mais famosos do mundo.
Solicitada em 2010 pela Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale), a Denominação de Origem é a espécie de IG mais complexa e que evidencia um diferencial, pois o nome da região designa produto ou serviço cujas qualidades ou características se devam exclusiva ou essencialmente ao meio, incluindo fatores naturais e humanos. Agora, os produtores têm 60 dias para pagar a taxa de expedição do certificado e, aí sim, ele estará em vigor.
Segundo os produtores, os vinhos finos e espumantes do Vale dos Vinhedos trazem 130 anos de história da imigração italiana no Brasil. As estações do ano podem ser claramente percebidas devido à explícita transformação no cenário natural da região. Na primavera e no verão, os vinhedos formam verdadeiros tapetes verdes. São produzidos vinhos fino tinto seco, fino branco seco e espumante fino. Pela predominância do emprego da uva Merlot, os vinhos guardam tipicidade associada com a variedade, ou seja, apresentam notas de frutas vermelhas, frescas, com acidez bastante equilibrada. Quanto aos espumantes, podem ser brancos ou rosados, elaborado por método champenoise, o aroma predominante de notas frescas de frutado, com tendências mais para frutas cítricas do que para o tropical (abacaxi). O paladar é seco, de pouca doçura, de média intensidade de sabor, médio corpo, de boa cremosidade. O espumante rosado apresenta características semelhantes ao espumante branco, diferenciando-se pela coloração levemente rosada (casca de cebola) e um aroma e sabor frutado um pouco mais intenso proveniente da maior participação da uva Pinot Noir.
PIONEIRO
Foto: Gilmar Gomes