O cachorro é usado para pastoreio de rebanhos há milhares de anos. O costume ainda é comum em muitas fazendas do Brasil e há quem se especialize em treinar os cães para a atividade. Em Uberaba, no Triângulo Mineiro, há um centro destinado apenas para este treinamento.
A escola conta com mais de 40 cães. O trabalho inicia com animais de pequeno porte, como as ovelhas, e o primeiro contato acontece dentro de um redondel. Os cachorros só são soltos para espaços maiores quando os adestradores têm controle total sobre o animal. O processo de aprendizagem inclui a distinção de sons para que o cão possa atender a comandos.
O treinador Neusimar Nunes explica que a preparação do futuro cão pastor pode iniciar a partir de oito meses ou mesmo logo após a desmama. Segundo ele, é fundamental que o cachorro seja criado em canil desde cedo e tenha rotinas bem estabelecidas, para evitar que ele se interesse por outras atividades. Os cachorros só são apresentados ao gado quando conseguem reunir as ovelhas no pasto e conduzi-las até o treinador, obedecendo aos comandos dados por meio de um apito.
Estudos apontam que o cachorro começou a ser domesticado e usado pelo homem como ferramenta de trabalho, seja para a caça, para a guarda ou para o pastoreio, há pelo menos 10 mil anos. Ao longo do tempo, o modo de treinar sofreu alterações. Muitos fazendeiros já utilizaram o cão que mordia o boi pela cara, a orelha e até mesmo o derrubava no chão. Hoje, o treinamento busca um pastor que não seja agressivo e a mordida só aconteça se for autorizada, para impor respeito. No treinamento, até os latidos são poucos incentivados, para evitar o estresse do gado.
O treinamento custa cerca de R$ 4 mil e dura cerca de um ano e meio. Os animais também podem participar de competições destinadas a escolher os melhores cães pastores do país. Interessados podem buscar a Confederação Brasileira de Cinofilia para mais informações.
Fonte: Canal Rural
Foto: Emílio Pedroso