Em recente entrevista, concedida a imprensa, antes de um show em Porto Alegre, o sul-mato-grossense Almir Sater, respeitadíssimo nome da cultura nacional, afirma que os shows são a sua prioridade.
“Disco hoje é filantropia, e filantropia tem que fazer quando está a fim. Como não tenho pressão de gravadora nem nada e o que sustenta minha família são os shows, então, esta é minha prioridade.” esclarece.
Perguntado se o ambiente tem influência na carreira e nas composições, o artista comenta que depende de cada profissional.
“É relativo. Por exemplo, o Renato Teixeira fez as melhores músicas comigo, falando do Pantanal, e ele nunca tinha ido até lá. Tem pessoas que moram no mato e não conseguem escrever tão bem como ele escreve. O bom de estar no campo é essa sensação de isolamento, é você estar à disposição da música.”
Ainda falando sobre suas composições o artista afirma que a objetividade muda com o tempo e vem para colaborar com o processo criativo:
“É diferente compor quando se é menino. Você produz muito. Depois de um tempo, até pelo fato de ter família, isso nos absorve. Hoje parece que sei mais o que quero, sou um pouco mais exigente. Não falo que o que faço agora é melhor ou pior, no entanto, é mais aproveitável”. comenta o artista.
O violeiro segue compondo, misturando o dedilhado que aprendeu com o mestre Tião Carreiro a Pink Floyd. Acompanhado de sua inseparável viola caipira, sem o acompanhamento de percussão, Almir se apresenta ao lado de dois violinistas – Rodrigo Sater (irmão do cantor) e Guilherme Cruz -, Marcellus Anderson (acordeon), Reginaldo Feliciano (baixo) e Gisele Sater (vocal), também irmã do artista.
Hoje Almir Sater reside na Serra da Cantareira, em São Paulo, porém, também mora no Pantanal em determinada época do ano. O seu último álbum de estúdio, 7 Sinais, foi lançado em 2006 e tinha a participações especiais do sanfoneiro Dominguinhos e do nativista Luís Carlos Borges.
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