O mercado da raça mangalarga marchador apresentou um crescimento de 20% este ano. A 32ª Exposição Nacional da raça, em Belo Horizonte, está sendo um bom espaço para fechar negócios. O primeiro leilão movimentou mais de R$ 2 milhões com a venda de 40 lotes. A aposta está no marketing, que vem dando visibilidade para a raça e atraindo novos criadores e usuários de cavalo de sela.
O novo criador, Luiz Begazo, monta e faz test ride. Ele disse que experimentou o mangalarga marchador com a intenção de comprar animais para iniciar um criatório, mas viu que não é a mesma coisa que comprar um carro, por exemplo.
– Seria muito mais fácil olhar ano, modelo, raça e saber exatamente um parâmetro em que se basear. Infelizmente, cavalo não tem tabela Fipe, o que dificulta um pouco, daí a necessidade de fazer uma pesquisa mais extensa para ampliar um pouco o conhecimento da qualidade e dos preços – explica.
Os usuários de cavalos de sela que mais estão movimentando esse mercado e ajudando na expansão da raça. É o que diz o organizador exposição, Mario Figueiredo.
– Hoje, temos uma infinidade de gente que quer cavalo para andar no final de semana. Muitas vezes, nem são criadores e escolhem o mangalarga marchador por essas características, por ser um cavalo acessível, bonito e cômodo, macio e dócil – disse Figueiredo.
Do outro lado está o topo da genética. Garanhões e doadoras que já provaram em pista que fazem a diferença. O criador do cavalo Tigrão Café, que ficou no haras, é o atual campeão do ranking de reprodutores; na lista de títulos, foi o grande vencedor nacional da raça em 2006. A filha dele, Bonança Sangue Azul é a atual campeã nacional égua graduada. De acordo com Maurício Zacarias Constâncio, filho do criador do haras MZC, o resultado em pista dos descendentes ajuda na valorização da genética de cada linhagem.
– A gente disponibilizou quatro embriões de cruzamentos de éguas nossas pelo Tigrão Café. Tivemos um aumento de faturamento de 50%, a influência do cavalo nesse cruzamento é absurda no faturamento dos embriões – disse.
A Associação Brasileira dos Criadores aposta na visibilidade da raça, o que ficou claro quando a escola de Samba Beija flor foi vice-campeã na passarela do samba este ano, contando a história de 200 anos do mangalarga marchador.
– O marketing tem dado uma liquidez numa faixa de 60% a 70%, que eu acho excelente pelo número de animais que está sendo ofertado. A liquidez do mangalarga marchador é muito grande, e mais importante do que os valores de média, enquanto você tem liquidez o mercado está bem – concluiu.
Fonte: Canal Rural
Foto: Divulgação