Para evitar perdas, agricultores utilizam inúmeros métodos, mas a aplicação de técnicas mais ecológicas também assegura rentabilidade econômica, já que grande parte dos consumidores opta por alimentos livres de agroquímicos.
O uso de armadilhas com produtos biológicos e a pulverização feita com soluções não tóxicas se tornaram uma opção segura para a fruticultura. O ataque da praga deixa as frutas deformadas e impede que elas sejam consumidas e comercializadas.
O agrônomo Rafael Meirelles explica que as fêmeas colocam os ovos na polpa do fruto, causando deformações e deixando furos, por onde entram microorganismos que colaboram para seu apodrecimento. Uma mosca de cor amarela já é conhecida pelos produtores do país. Apesar de ser minúscula, ela causa grandes estragos nos pomares.
– A gente vê a fruta danificada no chão, o comprador reclamando que ela está bichada. A perda está ficando maior a cada ano – aponta o produtor rural Sergio Heinen.
É necessário fazer o monitoramento das árvores frutíferas, no mínimo, uma vez por semana.
– Eu calculo perda de 20%, às vezes de 40%, em pomares que não são tão cuidados. Se tu não ficares em cima toda a semana, a perda pode chegar a 50% ou até mais – afirma Heinen.
O técnico da Emater-RS Derli Bonine alerta que se o produtor fizer o controle pode ter uma pequena perda de 5% a 10%, mas que se ele não averiguar os pomares com alta frequência, pode ter prejuízo total. Os métodos mais utilizados para evitar a praga ainda são o ensacamento, que ajuda a afastar o inseto, e o uso de inseticidas, que provoca danos à saúde do produtor e do consumidor final. A aposta em medidas naturais, porém, se mostra presente em algumas produções. O uso de armadilhas feitas com produtos biológicos permite um combate eficaz à praga.
– Em um pomar com cerca de cem plantas, de duas a três armadilhas são suficientes para um bom monitoramento. O produtor detecta ou não a presença da mosca para poder iniciar o tratamento – diz o técnico da Emater Luiz Maurício Finkler.
A armadilha pode ser feita com suco de laranja, com a mistura de água e vinagre ou com o suco de frutas caídas. O líquido fica dentro de um frasco próximo ao pomar. O agricultor pode recolher o recipiente e contar o número de moscas que caíram na armadilha. É importante fazer a verificação para perceber em que momento a praga atinge as frutas e qual o tipo de inseto que está nas árvores.
Outra alternativa é o uso de produtos que contenham como princípio ativo a espinosina, que não tem veneno e é totalmente orgânica. A facilidade é que o produtor pode manipular a solução, diluindo um quilo do xarope em um litro e meio de água. Depois, é só mexer por dois minutos e pulveriza no pomar.
– A importância de um produto biológico é fundamental nos dias de hoje porque não agride o meio ambiente, ao contrário do que o pessoal vem fazendo com a utilização de produtos tóxicos, que não matam só a mosca, mas uma grande quantidade de outros insetos benéficos à citricultura – acrescenta Finkler.
Fonte: CANAL RURAL
Foto: Eduardo Ongaro