Confira os índices do Boletim Agronegócio.net – Índices da semana (05 de maio até 09 maio)
Açúcar
No mês em que oficialmente se iniciou a safra brasileira da cana-de-açúcar na região Centro-Sul, os preços do cristal no mercado spot paulista mantiveram-se praticamente estáveis. Em abril, a média do Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar cristal foi de R$ 51,70/saca de 50 kg, apenas 0,31% inferior se comparada à média de março (R$ 51,86/saca de 50 kg). No acumulado do mês passado, o Indicador recuou 0,46%. A demanda esteve pontual e a oferta, restrita a lotes remanescentes da safra anterior. Com relação à nova temporada, poucas usinas tinham lotes de açúcar de melhor qualidade para negociar no spot. Até o final de abril, a maioria das unidades produtoras já havia iniciado a moagem da cana-de-açúcar correspondente à safra 2014/15, porém, priorizando a produção do etanol e do açúcar VHP. Os primeiros lotes de açúcar cristal Icumsa 150 foram destinados, na maior parte dos casos, ao cumprimento de contratos.
Algodão
A liquidez segue baixa no mercado de pluma desde o mês passado devido, principalmente, ao baixo interesse das indústrias. Segundo pesquisadores do Cepea, neste início de maio, as intenções de venda estiveram maiores que as de compra, cenário que mantém os preços em queda. Na parcial deste mês (de 30 de abril a 6 maio), o Indicador CEPEA/ESALQ com pagamento em 8 dias caiu 1,26% fechando a R$ 1,9884/lp nessa segunda-feira, 5. Desde 12 de março, os preços do algodão estão recuando, movimento que se manteve ao longo de abril. O Indicador CEPEA/ESALQ com pagamento em 8 dias acumulou baixa de 6,63%, encerrando o mês a R$ 2,0137/lp. Desde abril/13 o Indicador não tinha um recuo mensal tão expressivo. Boa parte das empresas indica estar abastecida para atender a demanda atual e trabalhou com expectativa de novas quedas nos preços, com a intensificação da colheita da safra 2013/14.
Arroz
Diferente do esperado para o período de colheita, o preço do arroz em casca no Rio Grande do Sul registrou expressiva alta em abril, conforme dados do Cepea. Esse comportamento decorre do lento avanço da colheita, da necessidade de compra das indústrias para atender à demanda dos mercados interno e externo e ainda do baixo estoque de passagem. Compradores, no entanto, encontram vendedores com baixa intenção de venda, o que tem dado o tom altista aos preços. Em abril, o Indicador ESALQ/Bolsa Brasileira de Mercadorias-BM&FBovespa (Rio Grande do Sul, 58% grãos inteiros) registrou alta de 5,7%, encerrando o mês a R$ 35,92/sc de 50 kg (dia 30). Entretanto, na parcial de 2014, o Indicador ainda registra ligeira queda de 1%. Ao longo de abril, o mercado de arroz em casca no Rio Grande do Sul teve pouca liquidez, com produtores concentrados na colheita. As indústrias, por sua vez, negociaram o casca com cautela, na expectativa de que aumente o interesse de venda do produtor nos próximos dias.
Boi
Depois de cair em março, as exportações brasileiras de carne bovina in natura voltaram a crescer em abril, contribuindo para limitar os recuos nas cotações internas de boi gordo. Segundo pesquisadores do Cepea, as compras para atender à demanda externa geralmente ocorrem a valores mais altos, influenciando as médias nacionais. No acumulado do mês passado, o Indicador do boi gordo ESALQ/BM&FBovespa (estado de São Paulo) registrou baixa de 1,5%, mas a média mensal, de R$ 124,44, ainda superou em expressivos 24,5% a de abril/13. Segundo dados da Secex, foram embarcadas 91,5 mil toneladas de carne bovina in natura em abril, 5,7% a mais que no mês anterior, mas ainda 3,9% inferior ao volume exportado em igual período do ano passado. Em receita, as exportações brasileiras de carne bovina in natura geraram US$ 422,7 milhões em abril, 10% a mais que em março (US$ 384,1 milhões), mas 3,2% a menos que a receita de abril/13, de US$ 436,6 milhões.
Café
A variação entre as cotações do café arábica e robusta tem aumentado em 2014, atingindo, em abril, R$ 192,68/saca de 60 kg na comparação entre os tipos 6, o maior patamar mensal desde janeiro/12. Em relação ao robusta tipo 7/8, a diferença foi de R$ 201,65/sc. O afastamento nos preços está atrelado à valorização expressiva do arábica, enquanto o robusta recuou no último mês. Este cenário tende a favorecer a demanda pelo robusta por parte das torrefadoras nacionais. Em abril, houve forte valorização do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures) em razão da estiagem que castigou as lavouras das principais regiões produtoras de café no Brasil no início deste ano e reduziu a produção nacional. Já as lavouras de robusta, que se concentram principalmente na região do Espírito Santo, não sofreram tanto com a falta hídrica. As altas externas, por sua vez, elevaram o preço doméstico do arábica.Em abril, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 bebida dura para melhor, posto em São Paulo, teve média de R$ 449,45/saca de 60 kg, avanço de 2,72% em relação a março. Quanto ao robusta, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6 peneira 13 acima teve média de R$ 256,77/saca de 60 kg em abril, queda de 2,52% em relação ao mês anterior. O tipo 7/8 bica corrida teve média de R$ 247,80/sc de 60 kg, baixa de 2,96% na mesma comparação – ambos a retirar no Espírito Santo.
Citros
A Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR) surpreendeu agentes do setor ao divulgar a estimativa de safra 2014/15 acima da esperada, na última quinta-feira, 1º. A entidade projetou a colheita em 308,8 milhões de caixas 40,8 kg no cinturão citrícola (estado de São Paulo e Triângulo Mineiro), alta de 6,5% sobre a temporada passada (289,9 milhões de caixas) e queda de 2,8% em relação aos primeiros dados anunciados. Porém, o volume estimado pode ser suficiente para que os estoques terminem a temporada em níveis confortáveis para a indústria. Segundo pesquisadores do Cepea, o mercado citrícola esperava números próximos ou até inferiores aos da safra passada, baseado na forte estiagem do início do ano e na redução do número de árvores.
Etanol
Os preços do etanol hidratado caíram pela segunda semana seguida, em decorrência principalmente do avanço da moagem da safra 2014/15 na região Centro-Sul, de acordo com dados do Cepea. Além disso, o baixo interesse de compra por parte das distribuidoras reforçou a pressão sobre as cotações. Entre 28 de abril e 2 de maio, o Indicador CEPEA/ESALQ desse combustível (estado de São Paulo) foi de R$ 1,2568/litro, expressiva queda de 7,3% frente à semana anterior. Para o anidro, os preços também recuaram, após duas semanas de alta. O Indicador foi de R$ 1,5176/litro, baixa de 1,3% na mesma comparação. As recentes quedas também pesaram sobre os preços médios dos etanóis anidro e hidratado em abril, primeiro mês de safra. No caso do Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado, a média mensal foi de R$ 1,3385/litro, baixa de 5,7% frente à de março. Para o anidro, o Indicador de março foi de R$ 1,5220/litro, recuo de 5,5% em igual comparação.
Frango
As quedas de preços da carne de frango, que vinham predominando ao longo de abril, perderam força neste início de maio, com altas em algumas praças pesquisadas pelo Cepea. O principal fator responsável por essa mudança de comportamento foi a típica reação das vendas neste período do mês (recebimento de salários). Além disso, o aumento das exportações de carne de frango in natura em março e abril pode ter limitado um pouco a disponibilidade interna do produto. Segundo dados da Secex, foram embarcadas 318 mil toneladas de carne de frango in natura em abril, volume 8% superior ao de março e 3,4% maior que o do mesmo período do ano passado. Em Reais, a receita obtida com os embarques de carne de frango foi de R$ 1.319,00 milhões em abril, 7,2% acima da de março, mas 2,8% abaixo da de abril do ano passado. Em dólar, o montante arrecadado em abril, de US$ 590,70 milhões, superou em 11,7% a de março, porém, ficou 12,8% inferior à de igual período do ano.
Mandioca
Entre 28 de abril e 2 de maio houve melhora das condições do clima, possibilitando a retomada da colheita de mandioca na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea. Além disso, o avanço dos trabalhos também é determinado por estratégia dos agricultores, que temem desvalorizações ainda maiores. Somente neste ano o preço médio da mandioca teve baixa de 49%, em termos nominais. Além disso, o rendimento médio de amido avançou 1,3% na semana passada, indo a 575,69 gramas na tabela de renda 20, também favorecendo a retomada da colheita. Por outro lado, o interesse das farinheiras por matéria-prima diminuiu nas últimas semanas, pressionando as cotações. O valor médio a prazo da tonelada de mandioca posta na fecularia foi de R$ 289,44 (R$ 0,5034/grama de amido na balança hidrostática de 5 kg), expressiva queda de 8,3% na semana. A média de abril, a prazo, recuou 4,5% frente à de março. Quanto à mandioca posta na indústria de farinha, o preço médio a prazo da tonelada foi de R$ 289,75/t (R$ 0,5039/grama) na semana, baixa de 4,6% na comparação com a média anterior e queda de 5,8% na média mensal.
Soja
A demanda continua dando o tom altista para as cotações de soja em grão e farelo nos mercados interno e externo. Consumidores de farelo de soja em termos mundiais parecem estar com bom apetite, aceitando preços maiores do derivado. Consequentemente, o esmagamento da oleaginosa também aumentou, favorecendo o repasse das cotações para o grão. Assim, o cenário para vendedores só não é melhor porque o preço do óleo de soja tem sido pressionado pelos maiores volume de óleo de palma em estoque. Agora, a expectativa é quanto aos preços internos nos próximos meses. Produtores sinalizam que as vendas estão bem adiantadas, porém, a oferta pode ser menor que a estimada oficialmente. Entre 25 de abril e 2 de maio, o Indicador da soja Paranaguá CEPEA/ESALQ/BM&FBovespa, que é baseado em negócios fechados, teve elevação de 1,4%, a R$ 71,46/sc de 60 kg na sexta-feira, 2. A média mensal de abril foi de R$ 71,11/sc de 60 kg, maior valor desde 2006, quando este Indicador teve início. Ao ser convertido para dólar (moeda prevista nos contratos futuros da BM&FBovespa), o Indicador foi de US$ 32,10/sc de 60 kg, alta de 2,13% no mesmo período.
Suínos
A proximidade do Dia das Mães, segunda data de maior demanda pela carne suína (depois do Natal), elevou os preços dos cortes tipicamente consumidos na festividade, como os ingredientes para feijoada, costela e pernil. Segundo levantamento do Cepea, entre 30 de abril e 8 de maio, a valorização mais expressiva, de 9,4%, foi para o pé salgado, negociado a R$ 5,61/kg nessa quinta-feira, no atacado da Grande São Paulo. Na sequência, veio a orelha salgada, que se valorizou 8,3% em igual intervalo, com a média passando para R$ 5,03/kg na quinta. Para a costela salgada, houve alta de 5% no preço médio, que fechou a R$ 10,16/kg no dia 8. No mesmo período, o pernil sem osso registrou aumento de 1,5%, com a média passando para R$ 7,50/kg. Já para as carcaças comum e especial suína, o movimento de queda nos preços predominante em abril se mantém neste início de maio. Nessa quinta-feira, 8, a carcaça comum foi cotada a R$ 5,12/kg no atacado paulista, baixa de 1,2% em relação ao dia 30 de abril. Para a carcaça especial suína, também no mercado atacadista da Grande SP, a cotação média dessa quinta foi de R$ 5,44/kg, recuo de 1%.
Tomate
A baixa oferta de tomate maduro tem elevado com força as cotações do tomate nos últimos dias. Na segunda-feira, 5, a caixa de 18 kg de tomate na Ceagesp era vendida a R$ 100,00, valor 49% maior que o praticado na sexta-feira, 2, de R$ 67,00. Nessa segunda, segundo pesquisadores do Cepea, não se encontrava mais a caixa por menos de R$ 70,00 nas roças. Apesar de a colheita do fruto estar ocorrendo em várias regiões, boa parte do produto ainda está verde. Assim, o tomate maduro, que tem a preferência do consumidor, segue valorizado. Além disso, as baixas temperaturas durante a noite retardam a maturação do fruto. Araguari (MG) e Sumaré (SP) são as principais regiões que estão ofertando o produto. Já Mogi Guaçu (SP), Norte do Paraná e Paty do Alferes (RJ) iniciaram a colheita somente na última semana.
Fonte:Cepea