Confira os índices do Boletim Agronegócio.net – Índices da semana (19 de maio até 23 maio)
Algodão
O Indicador CEPEA/ESALQ do algodão em pluma com pagamento em 8 dias registrou queda de 3,94% na parcial deste mês (até dia 20 de maio), fechando a R$ 1,9344/lp nessa terça-feira, 20. De acordo com pesquisadores do Cepea, enquanto compradores continuam postergando as aquisições, vendedores tentam liquidar os lotes remanescentes da safra passada e também de temporadas anteriores. Além disso, a qualidade do produto tem resultado em divergência entre a oferta do comprador e o pedido do vendedor. De modo geral, indústrias afirmam que têm estoque suficiente para o curto prazo, adquiridos a preços superiores aos vigentes. Do lado vendedor, comerciantes e tradings estão mais ativos. Produtores tentam negociar especialmente contratos antecipados para exportação. Estes agentes também estão com as atenções voltadas ao manejo das lavoras e ao controle de pragas com a proximidade da colheita da safra 2013/14.
Arroz
Os preços do arroz em casca continuam subindo no mercado sul-rio-grandense, de acordo com informações do Cepea. Apesar da maior produção interna, as vendas em baixos volumes têm dado o tom altista aos preços. Enquanto isso, a cada dia aumenta a dificuldade do repasse dos custos ao produto beneficiado, o que também está relacionado à concorrência entre empresas do Rio Grande do Sul. Há empresas dispostas a negociar com margens menores, enquanto outras tentam o repasse total dos custos. O Indicador ESALQ/Bolsa Brasileira de Mercadorias-BM&FBovespa (Rio Grande do Sul, 8% grãos inteiros) subiu 0,52% entre 13 e 20 de maio, fechando a R$ 36,45/sc de 50 kg na terça-feira, 20. Na parcial deste mês, o Indicador registra alta de 1,48%. Orizicultores se mantêm retraídos, disponibilizando os lotes do casca somente à medida que necessitam “fazer caixa”. Parte dos produtores tem a opção de vender outros produtos, como soja e gado, e/ou tem acesso aos recursos governamentais para custeio da safra, como EGF (Empréstimo do Governo Federal). Além disso, orizicultores estão atentos ao final da colheita e ao manejo da armazenagem e secagem do produto. Indústrias se queixam do fraco ritmo de venda de arroz beneficiado aos grandes centros consumidores. Com isso, beneficiadoras realizam compras de casca apenas para atender a demanda.
Boi
Nessa quarta-feira, 21, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (estado de São Paulo) fechou a R$ 120,78, baixa de 1,55% sobre a quarta anterior e de 2,57% na parcial do mês. Segundo pesquisadores do Cepea, as recentes quedas da arroba refletem principalmente a postura retraída de frigoríficos, que continuam alegando dificuldade de venda da carne. Além disso, com as temperaturas mais baixas e a piora nas condições das pastagens, pecuaristas elevaram ligeiramente o volume de animais ofertados. A entrada de lotes de bois inteiros de pastos nos valores menores dos intervalos vigentes reforça a pressão sobre as cotações. Porém, a oferta não é considerada expressiva.
Café
Os valores internos do café arábica cederam com força nessa quarta-feira, pressionados pelas quedas externas. O Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, fechou a R$ 400,16/saca de 60 kg, baixa de 4,48% em relação ao dia anterior. Na parcial do mês, a queda já é de expressivos 15%. Nesse cenário, a liquidez está bastante limitada, com poucos vendedores ativos no mercado. Com relação ao robusta, o mercado da variedade está calmo, com vendedores aguardando melhores oportunidades para negociar. O Indicador CEPEA/ESALQ do robusta tipo 6 peneira 13 acima fechou a R$ 242,92/saca de 60 kg na quarta-feira, baixa de 0,78% em relação à terça-feira e de 5,5% na parcial de maio – à vista e a retirar no Espírito Santo.
Citros
As cotações da laranja pera registram forte queda de 27% desde o início deste mês, influenciadas pela oferta elevada de precoces. Particularmente nesta semana (de segunda a quinta-feira), o valor médio da fruta foi 5% menor que o da semana passada, a R$ 11,61/cx de 40,8 kg, na árvore. De acordo com informações do Cepea, as laranjas precoces estão em período ideal de colheita, sendo colocadas em elevados volumes no segmento in natura. Até o final de junho, ainda é esperada disponibilidade significativa destas variedades. Já no caso da lima ácida tahiti, os preços no mercado paulista seguem firmes. Colaboradores do Cepea afirmam que a oferta está estável, mas a demanda segue aquecida, sustentando as cotações. Assim, a média parcial da semana está em R$ 15,49/cx de 27 kg, colhida, elevação de 14% em relação à anterior.
Etanol
Entre 12 e 16 de maio, o Indicador CEPEA/ESALQ (estado de São Paulo) do anidro teve média de R$ 1,3298/litro, queda de 5% em relação à semana anterior. Já para o hidratado, a média semanal do Indicador foi de R$ 1,1917/l, reação de 0,4% em igual comparação. Segundo pesquisadores do Cepea, apesar de a oferta continuar crescente, reflexo do avanço da moagem, o número maior de negócios realizados na última semana permitiu aumentos de preços para o hidratado. Para o anidro, porém, embora a liquidez tenha aumentado, o volume ofertado continuou superando a demanda, pressionando as cotações.
Mandioca
Favorecida pelo clima, a colheita de mandioca está em ritmo acelerado nas regiões acompanhadas pelo Cepea. Produtores têm mostrado interesse pela colheita devido à possibilidade de quedas nas cotações e à necessidade de liberação de áreas vinculadas a arrendamentos que estão por vencer. A melhora no rendimento de amido contribui para a maior remuneração da matéria-prima, favorecendo o interesse pela colheita. Neste cenário, os preços recuaram nos últimos dias. Segundo colaboradores do Cepea, outro fator que influencia na redução das cotações da raiz é a baixa liquidez no mercado de derivados, em especial no de fécula. Algumas fecularias, inclusive, já têm diminuído a demanda por matéria-prima e, consequentemente, a produção.
Milho
Os preços do milho continuam em queda no mercado brasileiro, conforme levantamentos do Cepea. Agentes sinalizam que o ritmo de negócios antecipados da segunda safra está lento, o que pode resultar em necessidade de vendas mais intensas com o avanço da colheita. Enquanto vendedores tentam negociar alguns lotes, aproveitando os preços considerados satisfatórios, compradores estão retraídos. A demanda acredita que, mesmo com a redução na produção, ainda haverá boa disponibilidade interna de milho no segundo semestre. De modo geral, pode até haver pressão sobre as cotações em julho e agosto, conforme a colheita avançar no Brasil. Porém, esse cenário vai depender do volume a ser exportado nesse período e, consequentemente, do excedente interno. O Indicador ESALQ/BM&FBovespa, referente à região de Campinas (SP), caiu 3,56%, fechando a R$ 28,43/saca de 60 kg na segunda-feira, 19. Se considerados os negócios também em Campinas, mas cujos prazos de pagamento são descontados pela taxa de desconto NPR, o preço médio à vista foi de R$ 27,9/sc de 60 kg na segunda-feira, retração de 3,75%.
Ovos
Apesar de recuar desde meados de abril, os preços dos ovos acumulam fortes altas na parcial deste ano. Para o tipo extra, vermelho, colocado na Grande São Paulo, a média obtida na primeira quinzena de maio, de R$ 78,88/caixa com 30 dúzias, supera em expressivos 39,6% a registrada em dezembro/13, de R$ 56,50/cx. Segundo pesquisadores do Cepea, os patamares mais altos estão atrelados principalmente à menor oferta, resultado dos descartes ocorridos no início de 2014 (calor intenso e problemas sanitários). O ovo vermelho a retirar em Bastos (SP) acumulou valorização de 37,6% comparando-se a média dos 15 primeiros dias de maio com a de dezembro/13, passando de R$ 52,51/cx para R$ 72,24/cx. Quanto ao ovo tipo extra, branco, os aumentos de preços no período oscilaram de 33% a 36%, dependendo da região consultada. Foram esses preços maiores, inclusive, que reduziram a demanda a partir de meados de abril, o que acabou pressionando as cotações. Nos últimos dias, especificamente, o movimento de queda nos preços foi amenizado, havendo altas em algumas regiões pesquisadas pelo Cepea, principalmente para o ovo vermelho. Segundo colaboradores do setor, depois dos feriados prolongados, o consumo tem voltado, aos poucos, à normalidade, elevando a necessidade de reposição dos estoques nas redes atacadistas e de supermercados.
Suínos
Apesar das recentes desvalorizações do suíno vivo, o poder de compra de suinocultores paulista e catarinense segue aumentando em maio frente ao milho, conforme levantamentos do Cepea. Isso porque os preços do insumo têm recuado com mais intensidade, devido ao maior volume ofertado no mercado interno, com o término da colheita da safra de verão e as boas expectativas para a segunda safra. Já frente ao farelo de soja, a situação tanto do suinocultor paulista como do catarinense piorou no correr deste mês. De modo geral, de acordo com pesquisadores do Cepea, os recuos de preços do suíno vivo seguem atrelados à pressão compradora. Por conta das vendas fracas no atacado e varejo, frigoríficos retraem-se na tentativa de negociar o animal a preços mais baixos. Em alguns casos, os abatedouros preferem redistribuir as escalas, alongando-as. Com os recuos nas cotações das carnes bovina e de frango, o movimento de desvalorização do animal se acentuou, além de derrubar os valores da carne suína.
Trigo
Os preços do trigo têm recuado no mercado brasileiro, segundo dados do Cepea. A oferta de lotes restantes da temporada passada e compradores retraídos têm pressionado as cotações. O clima está favorecendo o desenvolvimento das lavouras no Brasil e deve permitir o bom avanço do cultivo no Rio Grande do Sul. Pesquisadores do Cepea indicam que, apesar de ainda haver um bom período para a entrada da nova safra no Brasil, o maior interesse de vendedores brasileiros em liquidar estoques remanescentes está atrelado ao fato de os preços serem considerados satisfatórios e, também, às consecutivas quedas nos valores externos. No mercado brasileiro de derivados, as cotações das farinhas registram quedas, enquanto as do farelo estão em alta, devido à maior demanda por parte de pecuaristas.
Fonte:Cepea