Confira os índices do Boletim Agronegócio.net – Índices da semana (22 de abril até 24 de abril)
Acúcar
Os preços médios do açúcar cristal praticados no mercado spot paulista voltaram a se estabilizar. Segundo levantamentos do Cepea, representantes das usinas estiveram mais firmes nos valores pedidos, em especial nas negociações para lotes de açúcar Icumsa 150, mesmo com poucas oportunidades de negócios. A demanda permaneceu restrita, com compradores buscando somente quantidades pontuais, pois boa parte deles conta com o açúcar recebido por meio de contratos. A oferta, por sua vez, foi limitada pela ocorrência de chuvas em algumas regiões produtoras de cana-de-açúcar do estado de São Paulo na última semana, que chegou a paralisar a colheita e a moagem da safra 2014/15, mesmo que por pouco tempo. Na terça-feira, 22, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar cristal (mercado paulista), cor Icumsa entre 130 e 180, fechou a R$ 51,55/saca de 50 kg, alta de 0,46% em relação à terça anterior, 15.
Algodão
Diante do aumento da área cultivada e da oferta da pluma nesta temporada (2013/14) no Brasil, produtores precisam elevar os embarques. Segundo levantamentos do Cepea, desde meados deste mês, aumentaram as negociações para exportação ou contratos “flex”. Há maior interesse tanto de compradores quanto de vendedores, e os negócios têm envolvido lotes para entrega imediata, referente à pluma da safra 2013/14 e até mesmo da temporada 2014/1.5 No mercado doméstico, com a expectativa de ofertas volumosas nos próximos meses, a partir da colheita da safra 2013/14, compradores têm limitado as negociações. Nesse contexto, de 15 a 22 de abril, o Indicador CEPEA/ESALQ com pagamento em 8 dias registrou queda de 0,64%, fechando a R$ 2,0731/lp na terça-feira, 22. Na parcial de abril/14 (até o dia 22), o Indicador caiu 3,87%.
Boi
Em meio a incertezas quanto às vendas de carne bovina no atacado e aos investimentos no mercado de reposição, a liquidez segue baixa, de acordo com informações do Cepea. Nesta semana, mais especificamente, frigoríficos voltaram do feriado prolongado com escalas encurtadas e, por isso, se dispuseram a pagar valores superiores para compra de novos lotes de animais, ainda que dentro do mesmo intervalo de preços vigentes. A diferença entre os valores que compõem a amostra segue alta, refletindo, sobretudo, a especificação dos lotes comercializados. Entre 16 e 23 de abril, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (estado de São Paulo) do boi gordo subiu 0,35%, fechando a R$ 124,45 na quarta-feira, 23. No acumulado do mês, porém, a variação ainda é negativa, em 1,14%. No mercado atacadista da carne com osso, a carcaça casada bovina foi negociada a R$ 7,76/kg nessa quarta-feira, ligeira queda de 0,12% em relação à quarta anterior. Para o traseiro, a desvalorização foi de 0,53% em sete dias, cotado a R$ 9,30/kg. O preço do dianteiro se manteve estável no período, em R$ 6,30/kg, assim como o da carcaça casada de vaca, a R$ 7,20/kg na quarta.
Café
Os preços do arábica têm oscilado fortemente em abril, tanto no mercado doméstico quanto no interno. O principal motivo para as variações externas ainda é a incerteza sobre o tamanho da safra brasileira 2014/15, que será determinante para os balanços de oferta nacional e mundial. Os valores da variedade no Brasil, por sua vez, vêm acompanhando esse movimento, desaquecendo o ritmo de negócios da variedade – a diferença de preços para a saca de 60 kg do arábica superou os 100 reais em abril. Na parcial de abril/14 (até dia 23), o menor preço diário registrado para o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 bebida dura para melhor foi de R$ 391,08/saca de 60 kg, no dia 2, enquanto o maior valor do período foi de R$ 494,95/saca, no dia 23. Essa diferença, de 103,87 reais, é muito superior à amplitude de preços observada em abril/13, que foi de apenas 18,86 reais. Com isso, a liquidez foi baixa no correr do mês, com dias praticamente sem comercialização. Agentes consultados pelo Cepea comentaram que vendedores estão à espera de novas valorizações. De modo geral, a expectativa é de que o volume comercializado aumente efetivamente se os preços domésticos atingirem valores na casa dos R$ 500,00/saca de 60 kg.
Citros
As vendas de lima ácida tahiti no mercado in natura seguiram firmes na última semana. O consumo da fruta costuma aumentar durante a Semana Santa, pois é bastante utilizada no tempero de peixes, por exemplo. A média semanal foi de R$ 11,62/cx de 27 kg, colhida, alta de 16% ante a média anterior. Já no mercado de laranja de mesa, a comercialização foi bastante limitada. Diferente da tahiti, o feriado costuma retrair as compras da laranja. Alguns vendedores reduziram os preços na tentativa de melhorar a liquidez, mas não houve grandes alterações na demanda. A média da semana para a laranja pera foi de R$ 17,57/cx de 40,8 kg, na árvore, queda de 4,9% no mesmo período.
Etanol
O etanol hidratado se valorizou com mais força na última semana. Além da maior demanda por conta do feriado prolongado, a ocorrência de chuvas em algumas regiões do Centro-Sul prejudicou a colheita da safra 2014/15, restringindo ainda mais o volume ofertado – neste período, os estoques são baixos em grande parte das usinas por estar no início da temporada. Entre 14 e 17 de abril, o Indicador CEPEA/ESALQ (estado de São Paulo) do hidratado registrou média de R$ 1,4193/litro, alta de 8,6% em relação à semana anterior, quando a elevação havia sido de 0,2%. Segundo levantamento da Unica, em março, foram produzidos 193 milhões de litros de etanol (anidro e hidratado), volume significativamente superior aos 79 milhões de litros registrados em março do ano passado. Apesar desse aumento, a quantidade ainda representa uma parcela pequena do total que deve ser produzido na safra 2014/15. Foram 4,49 milhões de toneladas de cana-de-açúcar processadas em março, ante as 2,05 milhões de toneladas de março de 2013.
Mandioca
Com as chuvas que ocorreram no início da última semana, o ritmo da colheita de mandioca recuou na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea. Em relação às fecularias, reduziram os dias trabalhados com o feriado prolongado. Assim, os preços seguiram em queda. Entre 14 e 17 de abril, o valor médio a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 319,74 (R$ 0,5561/grama de amido na balança hidrostática de 5 kg), baixa de 2,6% frente à média anterior. Por outro lado, a expectativa de agentes do mercado é positiva para as cotações para os próximos meses, com redução da oferta. Dados do Cepea apontam que no primeiro trimestre deste ano o processamento de raízes na indústria de fécula esteve 11% acima do registrado em igual período de 2013. Dessa forma, parte da mandioca que estaria disponível para o mercado na época da safra já foi colhida, o que poderia minimizar as desvalorizações a partir de maio.
Ovos
As cotações dos ovos, principalmente vermelhos, seguiram em queda na maioria das regiões pesquisadas pelo Cepea na última semana. A pressão veio, especialmente, dos atacadistas que alegam não conseguir repassar para o consumidor final os atuais patamares de preços, considerados altos. Além disso, a liquidez do mercado tende a diminuir em feriados prolongados – tanto por conta da menor procura por parte do consumidor quanto pela desaceleração do volume de negócios entre atacadistas e varejistas. Assim, os estoques nas granjas tendem a aumentar nesses períodos e, para frear a oferta, alguns produtores optaram por descartar poedeiras mais velhas. Entre 10 e 17 de abril, os preços recuaram, com a maior queda registrada na região de Mirandópolis/Guararapes (SP), de 2,9%, para o ovo vermelho tipo extra. A cotação média da caixa com 30 dúzias passou para R$ 87,68 na quinta-feira, 17. Já os ovos brancos chegaram a se valorizar em algumas regiões, porém, com quedas pontuais em outras.
Trigo
A retração compradora tem mantido baixa a liquidez do mercado de trigo. Colaboradores do Cepea sinalizam que os moinhos têm estoques para os próximos dias, sem necessidade de compras internas de última hora. Além disso, houve exportação de trigo dos Estados Unidos para o Brasil no início do mês. Produtores, por sua vez, concentram-se nos trabalhos de campo. Apesar do fraco movimento, os preços domésticos seguem firmes, já que os estoques de médio prazo são baixos. Esse cenário deve se manter até o final da entressafra. Na próxima temporada, no entanto, pode haver aumento da oferta, com expectativa de crescimento significativo da área que começa a ser cultivada no Brasil e na Argentina. Moinhos devem continuar buscando o produto da América do Norte nos próximos meses, diante da proximidade da colheita de inverno nos EUA. Apesar de os preços norte-americanos terem tido alta expressiva neste ano, as quedas recentes do dólar favoreceram o interesse por operações com travamento de preços.
Fonte:Cepea