Confira os índices do Boletim Agronegócio.net – Índices da semana (26 de maio até 31 maio)
Algodão
Depois de acumular baixas por 45 dias consecutivos, as cotações do algodão em pluma estão mais firmes no mercado brasileiro. O bom volume de negócios antecipados, que começa a ultrapassar metade da safra brasileira, tem deixado vendedores mais firmes em suas posições. No geral, produtores têm avançado com os negócios antecipados, especialmente para exportação. Mesmo assim, a estabilidade da paridade de exportação nos últimos dias e a restrição vendedora influenciaram a interrupção do movimento de queda do Indicador CEPEA/ESALQ. Como a maior parte dos compradores também está retraída, a liquidez continuou baixa nos negócios de spot. Ainda assim, houve compradores sinalizando necessidade de produto, dispostas a pagar preços maiores para o algodão de tipos melhores. Entre 20 e 27 de maio, o Indicador CEPEA/ESALQ com pagamento em 8 dias subiu ligeiro 0,1%, fechando a terça-feira, 27, a R$ 1,9366/lp. A média mensal (até dia 27), de R$ 1,9572/lp, está 6,4% inferior à de abril/14, de R$ 2,0911.
Açúcar
A moagem da safra 2014/15 segue firme desde meados de março, quando a temporada no Centro-Sul se iniciou. Apesar da maior oferta de açúcar cristal, segundo dados do Cepea, os preços têm mantido certa estabilidade desde então – permanecendo na casa dos R$ 51,00/saca de 50 kg em São Paulo –, sustentados pela demanda pontual. No mercado spot paulista, entre 19 e 26 de maio, os preços médios praticados para a saca de 50 kg de açúcar cristal não apresentaram grandes oscilações. Na segunda-feira, 26, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar cristal (mercado paulista), cor Icumsa entre 130 e 180, fechou a R$ 51,73/saca de 50 kg, elevação de 1,13% em relação à segunda anterior, 19. No acumulado de maio (até dia 26), o Indicador aumentou leves 0,21%. Na última semana, as aquisições vieram de compradores que normalmente negociam no spot, não se observando pressão por parte dos agentes que recebem o açúcar por meio de contratos.
Arroz
Os preços do arroz em casca seguem em alta no mercado sul-rio-grandense, mas de forma menos intensa. De acordo com pesquisadores do Cepea, a proximidade do encerramento da colheita da safra 2013/14, a produção superior a 12 milhões de toneladas e a lentidão das vendas de arroz beneficiado aos grandes centros consumidores fizeram com que indústrias freassem o ritmo de compra do arroz em casca no Rio Grande Sul. Do lado vendedor, alguns orizicultores disponibilizaram seus lotes, devido à necessidade de “fazer caixa” para pagamentos dos compromissos de safra. Já outros permaneceram retraídos, na expectativa de que os preços estejam maiores que os atuais no segundo semestre, diante do bom desempenho das exportações brasileiras em 2014. Entre 20 e 27 de maio, o Indicador do Arroz Esalq/Bolsa Brasileira de Mercadorias-BM&FBovespa subiu apenas 0,6%, fechando a R$ 36,68/sc de 50 kg na terça-feira, 27.
Boi
As cotações da arroba seguem em queda, refletindo principalmente a pressão da indústria. Segundo pesquisadores do Cepea, frigoríficos continuam alegando fracas vendas de carne no atacado e, por isso, tentam efetivar novos negócios envolvendo o boi gordo a valores abaixo dos mínimos vigentes no início do mês. Nessa quarta-feira, 28, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (estado de São Paulo) fechou a R$ 120,69, leve baixa de 0,07% sobre a quarta anterior e de 2,65% ao longo de maio. A necessidade de venda de parte dos pecuaristas e a entrada de animais inteiros de pasto reforçam a pressão sobre as cotações. Por outro lado, a negociação de animais que atendem a alguns requisitos do comprador, como peso e volume de lotes maiores, tem limitado as baixas dos valores médios diários da arroba. De modo geral, o ritmo de efetivações é lento.
Café
Caso o clima permaneça favorável, a colheita de café arábica da safra 2014/15 deve avançar nas principais regiões produtoras do País nos próximos dias. Para esta variedade, as atividades se iniciaram pontualmente entre o final de abril e meados de maio, e o volume ofertado ainda é pequeno na maioria das praças. Já quanto ao robusta, a quantidade de grãos colhidos é maior, e lotes do Espírito Santo já têm sido comercializados. Em relação aos preços, nessa quarta-feira, 28, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 bebida dura para melhor, posto em São Paulo, fechou a R$ 406,10/saca de 60 kg, alta de 1,48% em relação à quarta anterior, porém com recuo de 13,7% em maio. Já no mercado de robusta, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6 peneira 13 acima fechou a R$ 237,74/saca de 60 kg na quarta-feira, queda de 3,36% em relação à quarta anterior e de 8,68% no acumulado do mês (até dia 28) – a retirar no Espírito Santo.
Citros
As cotações da lima ácida tahiti seguem firmes no mercado paulista, conforme dados do Cepea. Em maio (até o dia 29), a média da fruta está em R$ 14,22/cx de 27 kg, colhida, aumento de 24,1% em relação a abril. Na parcial da semana (segunda a quinta), a tahiti está cotada, em média, a R$ 15,95/cx, colhida, aumento de 4% em relação à anterior. Para junho, as apostas de alguns colaboradores do Cepea são de que a demanda interna possa ganhar mais ritmo por conta da Copa do Mundo no Brasil, principalmente devido ao preparo de caipirinhas. Atualmente, os preços da tahiti têm se sustentado, sobretudo pela elevada procura externa, que tem reduzido a disponibilidade doméstica. O México, principal concorrente da fruta brasileira, tem enfrentado problemas com relação à safra e deve reduzir o abastecimento internacional.
Etanol
Os preços dos etanóis comercializados no mercado paulista tiveram ligeiras altas na última semana. Para o hidratado, o Indicador semanal CEPEA/ESALQ (estado de São Paulo) teve média de R$ 1,2020/litro entre 19 e 23 de maio, aumento de 0,9% em relação ao anterior. Quanto ao anidro, a elevação foi de apenas 0,4% no mesmo período, com o Indicador CEPEA/ESALQ passando para R$ 1,3347/l. O suporte dos valores esteve atrelado à pequena restrição da oferta, tendo em vista que a demanda não se aqueceu. Segundo pesquisadores do Cepea, as chuvas ocorridas principalmente no final da semana passada atrapalharam a colheita, limitando o volume ofertado. As poucas usinas ativas tentaram negociar o etanol a preços maiores ao longo da semana. Distribuidoras, porém, não mostraram grande interesse de compra, por estarem suficientemente abastecidas.
Mandioca
No geral, o clima foi favorável à colheita de mandioca na última semana, o que possibilitou o avanço da safra nas regiões acompanhadas pelo Cepea. Ainda na expectativa de que os preços sigam caindo ou com necessidade de liberação de áreas, parte dos produtores manteve o bom ritmo dos trabalhos no campo. No entanto, considerando as expressivas desvalorizações nas últimas semanas, que implicam em queda na rentabilidade, houve agricultores sinalizando retração na colheita. Ainda que o menor ritmo de colheita tenha sido pontual, há sinais de se reduzir ainda mais nas próximas semanas, já que os preços atuais se aproximam dos custos de produção. Na indústria de fécula, a oferta de raízes seguiu praticamente estável. Porém, algumas unidades já tiveram dificuldades em se abastecer. O ritmo de processamento só não caiu ainda mais porque as fecularias se abasteceram com parte da mandioca que seria destinada às farinheiras, que seguem diminuindo a quantidade processada. Ainda assim, o valor médio a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 234,55 (R$ 0,4079/grama na balança hidrostática de 5 kg), recuo de 3,8% ante o período anterior e de 19% em quatro semanas. Esta é a menor cotação desde agosto/12, em termos reais (deflacionamento pelo IGP-DI de abril/14).
Milho
As condições climáticas favoráveis ao cultivo do milho têm feito com que agentes criem boas expectativas de ofertas para os próximos meses. Esse cenário segue pressionando os valores do cereal em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea, com destaque para as de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. No mercado internacional, o avanço do cultivo nos Estados Unidos pesou sobre as cotações na maior parte da última semana. No Brasil, apesar da menor produção da safra atual frente à passada, compradores ainda seguem retraídos, enquanto vendedores tentam efetivar negócios e, com isso, cedem em seus preços. O ritmo lento de comercialização está atrelado, também, à expectativa de boa disponibilidade interna de milho no segundo semestre. Entre 19 e 26 de maio, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa, referente à região de Campinas (SP), caiu 1,93%, fechando a R$ 27,88/saca de 60 kg na segunda-feira, 26. Se considerados os negócios também em Campinas, mas cujos prazos de pagamento são descontados pela taxa de desconto NPR, o preço médio à vista foi de R$ 27,29/sc de 60 kg na segunda-feira, retração de 2,18%. Na parcial de maio (até o dia 26), as quedas são de expressivos 8,56% e de 9%, respectivamente.
Ovos
As cotações dos ovos vermelhos têm registrado altas sucessivas ao longo de maio, impulsionadas principalmente pela oferta restrita. Em algumas regiões pesquisadas pelo Cepea, chega a faltar produto. Esse cenário é reflexo do forte calor e de problemas sanitários ocorridos no início do ano, que resultaram em maior mortalidade de galinhas poedeiras, principalmente, vermelhas (mais sensíveis a essas adversidades do que as brancas). Na última semana, especificamente, além da menor oferta, as altas de preços estiveram atreladas à demanda relativamente firme. A maior valorização entre 16 e 23 de maio ocorreu em Belo Horizonte (MG) onde o preço do ovo vermelho colocado subiu 7,4%, a R$ 85,76/cx.
Soja
O cultivo de soja se intensifica no Hemisfério Norte, enquanto produtores da América do Sul estão iniciando – e, em alguns casos, avançando – os preparativos da safra 2014/15. Segundo pesquisadores do Cepea, a expectativa é de que a área mundial volte a crescer nesta temporada, mesmo que em menor intensidade que nas anteriores. No Brasil, tudo indica que a soja deve voltar a ganhar espaço do milho de primeira safra – cenário que já é observado nos Estados Unidos. Produtores brasileiros, contudo, devem ficar atentos às cotações para não perder a oportunidade de travar seus preços por meio de contratos antecipados, já que os estoques finais da safra mundial 2014/15 devem ser recordes, conforme indicam estimativas do USDA. De 16 a 23 de maio, os preços da soja em grão subiram no Brasil e nos Estados Unidos, puxados novamente pela receita do farelo de soja. Além das exportações, as demandas internas também estão firmes. No mercado doméstico nacional, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&FBovespa, que é baseado em negócios realizados, subiu 1,5%, a R$ 71,77/sc de 60 kg na sexta-feira, 23. A média ponderada das regiões paranaenses, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ, avançou 2,25% no mesmo período, indo para R$ 68,80/sc de 60 kg na sexta.
Suínos
A demanda por cortes salgados suínos está aquecida devido às baixas temperaturas. Usualmente, esses cortes são utilizados como ingredientes de pratos típicos destes períodos. A valorização mais expressiva nos últimos dias (de 22 a 29 de maio), de 10%, foi verificada para a costela salgada, cotada na média de R$ 12,55/kg nessa quinta-feira, 29, no atacado do estado de São Paulo. Para o pé e o rabo salgados, as altas foram de 4% no mesmo período, a R$ 6,64/kg e R$ 8,85/kg, respectivamente, na quinta. Segundo pesquisadores do Cepea, para os cortes in natura, os preços também subiram no período, porém, essas altas estiveram mais atreladas à proximidade do início de mês, quando normalmente o atacado e o varejo se abastecem para atender ao maior consumo pontual, e à expectativa de aumento nas vendas com a proximidade da Copa do Mundo.
Trigo
As recentes quedas nos preços do trigo podem dificultar a redução, ou até mesmo a isenção, da Tarifa Externa Comum (TEC) para países que não integram o Mercosul, esperada por compradores brasileiros. Os estoques considerados confortáveis por parte dos moinhos nacionais, a liberação recente de novos lotes da Argentina e a expectativa de safra maior na América do Sul devem influenciar a decisão ainda a ser tomada pela Câmara de Comércio Exterior (Camex). Segundo pesquisadores do Cepea, quando o pedido de alteração foi realizado, em abril, o cenário era diferente do atual. Havia incertezas sobre a oferta interna e a liberação dos embarques argentinos. As cotações no Brasil estavam subindo, chegando aos maiores patamares do ano, quando, então, passaram a recuar. Agora, muitos produtores já temem a possibilidade de venda do cereal abaixo do preço mínimo no segundo semestre. No geral, os valores do cereal estão em queda há semanas, devido, principalmente, à intenção de vendedores de liberar estoques remanescentes no Paraná e Rio Grande do Sul. Além disso, moinhos continuam indicando que estão abastecidos com trigo importado, sem necessidade de compra de grandes volumes.
Fonte:Cepea