Confira os índices do Boletim Agronegócio.net desta quarta-feira, 12 de março 2014.
Açúcar
Os preços do açúcar seguem firmes, tanto no mercado interno quanto no externo. O principal motivo ainda é o clima seco da região Centro-Sul do Brasil entre janeiro e fevereiro e seus efeitos negativos sobre a produtividade da cana-de-açúcar na próxima temporada. Mesmo com o retorno das chuvas nos últimos dias, acredita-se que alguns danos já sejam irreversíveis. Com relação ao mercado paulista, segundo colaboradores do Cepea, as vendas do produto têm sido calmas. Com o carnaval, algumas usinas estiveram fora do mercado. Além disso, compradores relatam dificuldade em realizar aquisições de açúcar cristal ICUMSA até 180, visto que poucas unidades têm ofertado esse padrão. As usinas que disponibilizam açúcar de melhor qualidade estão distantes das principais indústrias alimentícias e/ou pedem valores considerados muito elevados pelos compradores. Nessa segunda-feira, 10, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar cristal (mercado paulista), cor ICUMSA entre 130 e 180, fechou a R$ 51,99/saca de 50 kg, avanço de 0,4% em relação ao dia 5 de março.
Algodão
A liquidez no mercado interno de algodão em pluma está baixa neste início de março, já que grande parte dos agentes se mantém fora do mercado. As poucas indústrias com interesse de compra ofertam preços abaixo dos verificados no final de fevereiro, mesmo para o algodão de qualidade (41-4 para melhor). No entanto, também houve lotes de baixa qualidade disponíveis para venda. Cotonicultores, por sua vez, demonstram intenção de venda e estão ligeiramente mais flexíveis nos preços pedidos. Entre 5 e 11 de março, o Indicador CEPEA/ESALQ com pagamento em 8 dias ficou praticamente estável, com leve queda de 0,2%, fechando a R$ 2,2319/lp nessa terça-feira, 11.
Arroz
Os preços do arroz em casca apresentam movimento de queda há praticamente um mês. Apesar do relativo equilíbrio entre a oferta e a demanda, a perspectiva de safra recorde e a restrição compradora têm pressionado as cotações. Vale considerar, também, a necessidade de “fazer caixa” por parte de orizicultores, que, dessa forma, acabam cedendo às ofertas de compradores. Entre 5 e 11 de março, o Indicador ESALQ/Bolsa Brasileira de Mercadorias-BM&FBovespa (Rio Grande do Sul, 8% grãos inteiros) recuou 2,1%, fechando a R$ 33,69/sc de 50 kg nessa terça-feira, 11, voltando ao patamar verificado em novembro de 2013. Na parcial de 2014, o Indicador acumula queda de 8,3%. No geral, a comercialização de arroz em casca no Rio Grande do Sul está em ritmo lento. Além do recesso de carnaval na semana passada, que dificultou entrega e recebimento de produtos, indústrias esperam o avanço da colheita 2013/14 para realizar compras, na aposta de preços menores.
Etanol
Após apresentar altas consecutivas em fevereiro, os preços dos etanóis negociados no mercado paulista iniciam este mês praticamente estáveis. Entre os dias 5 e 7 de março, o Indicador CEPEA/ESALQ do anidro (estado de São Paulo) foi de R$ 1,5491/litro, ligeira elevação de 0,3% em relação à semana anterior. Para o hidratado, o Indicador foi de R$ 1,4368/litro, leve recuo de 0,1% na mesma comparação. Essa estabilidade decorre dos poucos negócios realizados na última semana, mais curta por conta do carnaval. Segundo pesquisadores do Cepea, sem necessidade de reposição dos estoques, grande parte das distribuidoras não esteve ativa no mercado spot. Além disso, algumas unidades compradoras relatam dificuldade em repassar as altas registradas nas usinas ao consumidor final. Do lado da oferta, o volume disponibilizado por usinas segue restrito neste período de entressafra.
Milho
As negociações envolvendo o milho seguem lentas no mercado físico brasileiro, devido ao baixo interesse de vendedores em novas efetivações. Estes agentes esperam a continuidade das altas dos preços do milho no Brasil. O Indicador ESALQ/BM&FBovespa, referente à região de Campinas (SP), reagiu 0,9% entre e 5 e 10 de março, fechando a R$ 34,16/saca de 60 kg na segunda-feira, 10. Se considerados os negócios também em Campinas, mas cujos prazos de pagamento são descontados pela taxa de desconto NPR, o preço médio à vista foi de R$ 33,71/sc de 60 kg na segunda, também com alta de 0,8% no mesmo período. Em fevereiro, as elevações foram de 27,4% e de 27,7%, respectivamente. Quanto à segunda safra de milho, apesar de o clima ter melhorado em algumas regiões produtoras, os impactos da seca recente podem reduzir ainda mais a área destinada ao cereal. Agentes consultados pelo Cepea aguardam dados oficiais para confirmar a expectativa de redução de oferta da primeira safra e de área da segunda temporada.
Trigo
Os baixos estoques de trigo no mercado interno e o dólar em patamar elevado, que aumenta a paridade de importação, continuam dando sustentação aos preços do trigo no Brasil neste período de entressafra. Segundo pesquisadores do Cepea, além disso, apesar de a comercialização seguir lenta, a demanda reagiu um pouco. No geral, compradores têm interesse de aquisições, mesmo que para pequenos lotes. Mas muitos agentes estão no aguardo da intensificação das importações da Argentina. Do lado vendedor, empresas que visavam liquidar estoques para liberar espaços para a safra de verão já o fizeram. Agora, estas unidades devem controlar o estoque restante, vendendo de acordo com as oportunidades de negócios.
Fonte:Cepea