Confira os índices do Boletim Agronegócio.net desta sexta-feira, 03 de janeiro de 2014.
Algodão
Os preços do algodão em pluma tiveram elevação expressiva no acumulado de 2013, de acordo com informações do Cepea. Esse cenário foi resultado da redução da área plantada com a cultura e da retomada da demanda interna e das exportações. As cotações, considerando-se as médias mensais, cederam somente em quatro meses do ano (maio, junho, setembro e novembro). No acumulado de 2013, porém, os preços subiram 33,8%. Com a sinalização de menor rentabilidade do algodão em relação a outras culturas concorrentes em área em 2012, produtores reduziram o cultivo. Porém, em 2013, a demanda interna reagiu e as exportações da produção colhida em 2012 ainda tiveram bom desempenho, fazendo com que os excedentes internos se reduzissem.
Café
O setor cafeeiro enfrentou quedas sucessivas nas cotações de arábica em 2013 e, para este ano, o cenário tanto no mercado interno quanto no externo ainda é pouco promissor. A razão para o grão se manter desvalorizado foi o aumento na produção mundial em ritmo mais acelerado que a demanda, resultando em elevação dos estoques na atual temporada (2013/14) e expectativa de volume alto também para a seguinte (2014/15). O Brasil e o Vietnã e, em menor proporção, a Colômbia contribuíram para elevar a produção mundial em 2013/14 para cerca de 150,5 milhões de sacas de 60 kg, de acordo com o USDA. Se confirmada, será a segunda maior produção da história – o recorde foi em 2012/13 com 153,3 milhões de sacas. Quanto ao consumo no mundo, deve alcançar o também recorde de 144,4 milhões de sacas em 2013/14. Assim, os estoques mundiais ao final da temporada 2013/14 estão previstos pelo USDA em 36,33 milhões de sacas, o maior volume desde a safra 2008/09, quando os preços do grão também estavam em patamares reduzidos. Para o Brasil, o Departamento estima estoque de 7,9 milhões de sacas no encerramento da safra atual, o maior desde a temporada 2006/07. Quanto aos países consumidores, o volume estocado deve se manter praticamente nos mesmos patamares das últimas quatro temporadas. Além dos altos estoques, pesam sobre as cotações a expectativa de maior produção no Brasil na próxima safra (2014/15), que é de bienalidade positiva.
Citrus
O volume de suco de laranja brasileiro em estoque deve apresentar redução neste ano, o que, somado à estimativa de forte queda de produção da Flórida (EUA), eleva as expectativas de melhor rentabilidade do setor em relação aos dois últimos anos. Além disso, a quantidade de laranjas produzidas em São Paulo na safra 2014/15 ainda é incerta, mas tudo indica que não será suficiente para compensar a redução norte-americana e gerar grandes excedentes. No encerramento da safra atual (junho/14), os estoques de suco brasileiro podem estar em 476,6 mil toneladas, em equivalente concentrado, conforme estimativa da CitrusBR (Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos). Essa quantidade é considerada confortável para indústrias, mas, se confirmada, será 38% menor que as 766 mil toneladas estocadas no mesmo período de 2013. Em relação ao mercado de laranjas de mesa paulista, a expectativa também é de um ano positivo. No primeiro bimestre de 2014, quando as frutas da safra 2014/15 ainda não serão ofertadas, os preços podem ser bem firmes, principalmente os de laranjas de qualidade. Nos demais meses do ano, o valor das frutas para consumo in natura deve depender tanto da produção disponível quanto do volume que a indústria deve absorver para moagem.
Etanol
As cotações do etanol devem se manter, em 2014, próximas dos patamares observados no ano-safra atual (iniciado em abril de 2013 e com previsão de término em março/14). Esse cenário é reflexo das condições macroeconômicas esperadas para este ano e da manutenção da forma de intervenção governamental nos preços dos combustíveis. O consumo tanto de etanol como de gasolina deve continuar avançando no próximo ano, diante do aumento da frota de veículos. Vale ressaltar que uma maior demanda de hidratado, porém, está condicionada à relação favorável de seu preço relativamente ao da gasolina C. Para o anidro, como grande parte do volume comercializado ocorre por meio de contratos, nos quais os preços são definidos com base nos do hidratado (mais prêmio pelo diferencial de qualidade), os valores também deverão estar atrelados aos da gasolina. Do lado da oferta, as estimativas ainda são poucas, mas projeções apontam que a quantidade de cana-de-açúcar processada na safra 2014/15, na região Centro Sul, seja semelhante à da temporada atual (2013/14), de 587,9 milhões de toneladas – dados da Unica até a primeira quinzena de dezembro.
Frango
As projeções de demanda interna aquecida e exportações crescentes em 2014 sinalizam mais um ano favorável ao setor. Para atender aos incrementos de demanda (interna e externa), a expectativa é de aumento da produção de frango em 2014. O consumo nacional de carne de frango deve ser favorecido pela Copa do Mundo e pelas eleições. Vale ressaltar, porém, que as estimativas mais recentes do PIB (Produto Interno Bruto) apontam um crescimento de apenas 2% em 2014 – bem abaixo da previsão de 4% feita na proposta de orçamento para este ano, divulgada em agosto/13. Do lado da oferta doméstica, levantamento do USDA mostra um crescimento na produção brasileira de carne de frango em 2014, de 2%, passando para aproximadamente 13 milhões de toneladas. O gargalo do setor avícola brasileiro ainda deve ser a questão logística, tanto para o transporte da matéria-prima quanto do produto final.
Suínos
Depois de concretizadas as expectativas de um 2013 positivo para a suinocultura, agentes esperam que 2014 seja ainda melhor, com cotações firmes. A demanda interna deve ser estimulada, em especial pelos esforços do setor para elevar o consumo de carne suína no País, pela vinda de turistas com a realização da Copa do Mundo. Quanto às exportações, o clima também é de otimismo, com a consolidação do relacionamento entre Brasil e Japão e o aumento dos embarques para outros mercados. Do lado da oferta, o cenário deve permanecer estável, contribuindo para sustentar as cotações. Todo esse cenário positivo à suinocultura deve, no entanto, ser observado de forma criteriosa nos médio e longo prazos. Isso porque, historicamente, períodos de bons resultados são seguidos de fortes investimentos, que, por sua vez, podem deixar a oferta superior à demanda e ocasionar, consequentemente, queda de preços.
Fonte: Cepea