Confira os índices do Boletim Agronegócio.net desta sexta-feira, 14 de março 2014.
Boi
Os valores da carne bovina comercializada no atacado paulista seguem em alta em março, atingindo novos patamares nominais recordes da série histórica do Cepea para este produto, iniciada em 2001. Apesar do preço elevado, a maioria dos colaboradores consultados pelo Cepea afirma que as vendas durante o período de carnaval no varejo aumentaram, o que contribuiu para enxugar os estoques do produto. Além da maior demanda interna, principalmente por cortes traseiros, as exportações seguem aquecidas, com destaque para os dianteiros, conforme relatam os mesmos agentes. Do lado da oferta, a redução do volume abatido e/ou dos dias de operação da indústria reforçou as altas de preços. Na parcial de março, a carcaça casada bovina acumula valorização de 2,6% no atacado da Grande São Paulo, com o quilo do produto sendo cotado a R$ 8,15 nessa quarta-feira, o maior valor da série histórica do Cepea, em termos nominais. Em termos reais, ou seja, considerando-se a inflação (IGP-DI de jan/14), a média parcial de março da carcaça casada bovina, de R$ 8,03/kg, é superada apenas pela média de novembro de 2010, de R$ 8,50/kg.
Citros
Com o final da colheita de laranjas não valências (precoces e de meia-estação) da safra 2013/14 da Flórida, o USDA estimou redução de 1 milhão de caixas de 40,8 kg dessas variedades, totalizando 53 milhões de caixas. Assim, a safra total do estado norte-americano deve ser de 114 milhões de caixas, a menor temporada dos últimos 24 anos, segundo o USDA. As perdas foram ocasionadas, principalmente, pela alta ocorrência do greening nos pomares. A menor oferta norte-americana, por sua vez, pode aumentar a procura pelo suco brasileiro. Esse cenário, atrelado à expectativa de uma temporada não muito volumosa no estado de São Paulo, pode permitir aumento nos preços que as indústrias oferecerão aos produtores nacionais.
Frango
O poder de compra do avicultor paulista está menor frente ao milho, mesmo com o aumento do preço do animal vivo. Esse cenário está atrelado às altas nos valores do cereal no correr deste ano. Na parcial de março (até o dia 13), o preço médio do milho na região de Campinas (SP) superou em 19,6% o do mesmo período de fevereiro – passou de R$ 27,96/saca de 60 kg para R$ 33,45/sc. Nem mesmo o aumento nos preços do frango vivo de R$ 2,25/kg para R$ 2,46/kg na mesma comparação, foi suficiente para sustentar o poder de compra do avicultor. A relação de troca, que era de 4,84 quilos de milho para cada quilo de frango nos primeiros 13 dias de fevereiro, passou para 4,4 quilos na parcial deste mês, queda de 9,8%. Comparando-se ao mesmo período de 2013, quando era possível adquirir 5,28 quilos de milho com a venda de um de frango, o poder de compra do avicultor paulista recuou fortes 16,5%. Segundo pesquisadores do Cepea, os altos patamares de preços do milho são explicados pelo clima adverso, que implicou no atraso da colheita da temporada de verão e no cultivo da segunda safra. Para o frango vivo, a valorização, verificada principalmente ao longo de fevereiro, esteve atrelada à baixa oferta de animais para abate, resultado de uma possível redução do alojamento em meados de janeiro. Além disso, o calor intenso gerou perdas de animais e dificuldades no ganho de peso.
Suínos
Os preços do suíno vivo e da carne se estabilizaram nos últimos dias, após recuarem por quase dois meses. Segundo colaboradores, a restrição da oferta, resultado da alta dos custos de produção (especialmente do milho), combinada ao ligeiro aquecimento da demanda (período de carnaval e início de mês) contribuíram para interromper o cenário de queda das cotações. Além disso, os atuais patamares elevados das carnes bovina e de frango têm mantido elevada a competitividade da suína, embora o forte calor dessa época e a entrada da Quaresma possam limitar as vendas do produto.
Fonte:Cepea