Confira os índices do Boletim Agronegócio.net desta terça-feira, 11 de fevereiro 2014.
Açúcar
O número de negócios envolvendo o açúcar cristal no spot paulista registrou ligeiro aumento em alguns dias da semana passada, segundo pesquisadores do Cepea. De forma geral, usinas mantiveram estáveis os valores de suas ofertas. Na segunda-feira, 10, o Indicador de Açúcar Cristal CEPEA/ESALQ (mercado paulista), cor (ICUMSA) entre 130 e 180, fechou a R$ 50,16/saca de 50 kg, alta de 0,52% entre 3 e 10 de fevereiro. Na parcial do mês, a elevação é de 0,42%. Já na Bolsa de Nova York (ICE Futures), as cotações internacionais do açúcar demerara subiram no início da semana passada. A reação dos preços foi motivada pelo clima seco e quente no Brasil, que pode prejudicar a produção dos canaviais paulistas. Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), o volume de chuvas em janeiro, quando a cana-de-açúcar estava em fase de desenvolvimento, foi o menor registrado no Brasil desde 2006. Já no final da semana, os valores externos voltaram a cair, como resultado da sinalização dada pelo governo da Índia de que deverá incentivar a exportação de açúcar pelo país.
Etanol
Os preços do etanol praticados no mercado spot paulista registraram elevações expressivas na semana passada (de 3 a 7 de fevereiro), após quase dois meses de relativa estabilidade. Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso veio principalmente da maior demanda. O Indicador CEPEA/ESALQ (estado de São Paulo) do hidratado fechou a R$ 1,3225/litro (sem impostos), alta de 2,8% em relação à semana anterior. Para o anidro, a média do Indicador CEPEA/ESALQ (estado de São Paulo), de R$ 1,4917/l, subiu 1,2% sobre o período anterior. De acordo com colaboradores do Cepea, a demanda esteve bastante aquecida nos últimos dias, principalmente por hidratado. Além da necessidade de abastecimento para atender à demanda do mês, distribuidoras preferiram negociar no início da semana, temendo novos aumentos de preços ao longo do período.
Mandioca
Com necessidade de “fazer caixa” ou de finalizar contratos de arrendamento, a colheita da mandioca tem avançado, de acordo com informações do Cepea. Apesar de o preço da raiz estar em queda desde o início do ano – em janeiro, a média caiu 7% – ainda é rentável ao agricultor. Por outro lado, o ritmo de processamento diminuiu, como resultado da menor demanda pelos derivados, principalmente a fécula. Neste cenário, as cotações se mantêm em baixa em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea, e a média chegou ao menor patamar desde setembro de 2013. Na semana passada, o valor médio a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 400,40 (R$ 0,6964/grama de amido na balança hidrostática de 5 kg), recuo de expressivos 11,8%.
Milho
As altas temperaturas e o clima seco em parte de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná têm reduzido o ritmo de plantio da segunda safra de milho, segundo informações do Cepea. Esse cenário, combinado às altas nos preços externos e à valorização do dólar frente ao Real, tem elevado as cotações domésticas na média das regiões acompanhadas pelo Cepea. De modo geral, ainda há incertezas quanto ao impacto do clima sobre a temporada brasileira. Entre 31 de janeiro e 10 de fevereiro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa, referente à região de Campinas (SP), reagiu fortes 6,45%, fechando a R$ 28,37/saca de 60 kg ontem. Se considerados os negócios também em Campinas, mas cujos prazos de pagamento são descontados pela taxa de desconto NPR, o preço médio à vista foi de R$ 27,96/sc de 60 kg na segunda, com expressiva alta de 6,6% na parcial de fevereiro.
Ovos
As temperaturas elevadas e a falta de chuva vêm prejudicando a produção de ovos em todas as regiões pesquisadas pelo Cepea. Segundo agentes do setor, o forte calor tem elevado o índice de mortalidade das galinhas, resultando em menor oferta de ovos. Alguns produtores chegam a relatar falta de produto. Além disso, o clima seco já começa a se tornar um obstáculo para quem produz e precisa tomar medidas de racionamento de água. De acordo com levantamentos do Cepea, a diferença entre os preços dos dois tipos de ovos (branco e vermelho) segue elevada em algumas localidades, devido à oferta mais restrita do vermelho – as dificuldades na criação de poedeiras vermelhas por conta de questões sanitárias continuam. Do lado da demanda, apesar de o calor limitar o consumo, o início do mês (recebimento de salário) somado ao período de volta às aulas têm estimulado as compras.
Soja
De acordo com informações do Cepea, produtores brasileiros estão com as atenções voltadas à produtividade, especialmente das lavouras em desenvolvimento e em fase final de ciclo. No início do cultivo, as preocupações de produtores estavam relacionadas ao ataque de pragas, depois, aos fungos, especialmente a ferrugem asiática, e, agora, à baixa umidade do solo no Centro-Sul do Brasil. Na Argentina, o clima também está seco em algumas áreas produtoras. Mesmo com o clima seco, as lavouras em colheita no Brasil apresentam produtividade acima da média. Assim, tudo indica que a baixa umidade tende a ter impacto sobre as lavouras que serão colhidas a partir do final de fevereiro. Quanto à comercialização no Brasil, segundo pesquisadores do Cepea, o pouco volume do grão desta nova safra já tem sido disputado. Apesar das preocupações com o clima e da boa demanda, a estimativa de safra recorde mantém a pressão sobre os valores.
Fonte:Cepea