Olá amigos amantes da música sertaneja e fãs do Sertanejo Oficial, voltamos aqui para contar mais um pouquinho da história da nossa música caipira e as curiosidades viola brasileira.
Tantas foram as fazes que a música sertaneja passou e vem passando que pouca gente se lembra ou se quer sabe como tudo começou. Cornélio Pires, foi o grande per cursor dessa façanha, através dele que o caipira chegou às mídias. A música rural, sempre existiu, porém não se tinha uma divulgação expressiva.
Natural de Tietê-SP, Cornélio Pires foi o primeiro empresário da música sertaneja, escritor, jornalista, folclorista, ativista caipira e até cineasta. “Musa Caipira” é o nome de seu primeiro livro escrito em 1910. Na época foi apontado como louco, por lançar um livro voltado para o homem do campo, quando o Brasil tinha 83% da população analfabeta. Muitos outros livros vieram durante toda a década de 1910 e 1920, até que em 1929, Cornélio Pires foi mais além, trouxe o caipira para o mundo fonográfico.
Procurou o diretor da Gravadora Colúmbia, que na época achou um absurdo a ideia de gravar músicas do povo caipira. Pediu-lhe um alto valor antecipado pra gravar uma tiragem de apenas 1000 discos e a distribuição seria por conta do próprio Cornélio, com a intenção de que ele desistisse da ideia. Porém não desistiu, voltou pro interior, e conseguiu emprestado uma determinada quantia pagando antecipado 6 discos (5 cópias mil cada disco). Então em maio de 1929 foi lançado no mercado os seis primeiros discos de 78 rotações da “Turma Caipira Cornélio Pires”, que na sua primeira fase era composta por Arlindo Santana e Sebastiãozinho, Zico Dias e Ferrinho, Mariano da Silva e Caçula e Mandi e Sorocabinha. Foi na Turma Caipira Cornélio Pires que surgiu Raul Tôrres, que usava na época o nome de Bico Doce.
Nesta primeira etapa saiu com 9 números de humorismo interpretados pelo próprio Cornélio Pires e mais 3 danças paulistas. Cornélio encheu o carro de discos e saiu interior paulista a fora divulgando e vendendo discos, e pra grande surpresa de todos foi o maior sucesso.
No segundo lançamento de 5 discos, foi que a dupla Mariano e Caçula gravou e lançou em outubro de 1929 a primeira moda-de-viola gravada no Brasil “Jorginho do Sertão”. Cornélio e sua turma caipira viajaram por vários municípios do interior de São Paulo.
O insucesso em que o diretor da gravadora Colúmbia apostou, não aconteceu. As pessoas faziam filas na gravadora tentando adquirir os discos. Ao todo foram gravadas 104 músicas em 52 discos de 78 rotações, de 1929 a 1930.
Na década de 1930 ocorreu a formação das primeiras duplas caipiras, como: Arlindo Santana e Joaquim Teixeira, Alvarenga e Ranchinho, Irmãos Laureano, Jararaca e Ratinho, Mariano e Cobrinha e Raul Torres e Serrinha.
Como compositor surgiu João Pacífico, autor de grandes sucessos como “Cabocla Tereza”, “Chico Mulato” e “Pingo D’água”.
Em1935 Raul Torres foi ao Paraguai e reivindicou a introdução dos rasqueados e guarânias na música caipira, abrilhantando ainda mais esse gênero que já era sucesso.
Amigos, esse é só o começo da história, vem muito mais por aqui, grande abraço e até a próxima semana.
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