José Dias Nunes, o Tião Carreiro, nasceu em Montes Claros, Minas Gerais no dia 13 de dezembro de 1934 e, se estivesse vivo, completaria hoje 80 anos. Ainda criança veio para o interior paulista onde viveu com a família na região de Araçatuba. Morreu no dia 15 de Outubro de 1993.
Antes de ser chamado de Tião Carreiro, José, havia se apresentado como Zezinho, junto com Lenço Verde e Palmeirinha, depois Coqueirinho com Tietêzinho. Também adotou os nomes de Zé Mineiro e João Carreiro, para depois virar o grande Tião Carreiro. O nome Tião Carreiro veio em definitivo no ano de 1957 sugerido pelo compositor e produtor Teddy Vieira.
Além da belíssima e inesquecível dupla com Pardinho, Tião também fez parceira com Carreirinho, Paraíso e Praiano.
Tião gravou com Carreirinho 09 discos de 78 rpm e 01 Lp. Com Pardinho foram 18 discos de 78 rpm, e 41 Lps e alguns compactos simples e duplos. Com Paraíso lançou 04 Lps. Já Praiano foi 01 Lp, o último do Tião. A maioria desses discos já foram relançados em Cds.
O Pagode Sertanejo foi criado por Tião Carreiro, quando batendo nas cordas de sua viola, conseguiu fazer a junção com o violão, os compositores Lourival dos Santos e Teddy Vieira ouviram o novo ritmo, disseram parece um pagode e assim ficou registrado transformando para sempre Tião Carreiro em Rei do Pagode e da Viola.
Confira abaixo uma mostra do Talento de Tião Carreiro tocando uma violada de improviso com outro grande artista, Almir Sater
No ano de 1970, o filme Sertão em Festa de Oswaldo de Oliveira, história original de Cornélio Pires estreou no cinema nacional com a participação de Tião Carreiro e Pardinho. Sucesso absoluto.
Algumas Peças teatrais ficaram marcadas na carreira da dupla.
“O Mineiro e o Italiano”, um melodrama baseado na música e “Pai João” um drama de um velho carreiro. Estes eram apresentados pela dupla após os show realizados pelo Brasil.
Tião Carreiro, com seu carisma e talento, exercia uma magia sobre as pessoas, tendo conquistado um publico fiel, que mesmo após 21 anos de sua morte continuam cultuando o ídolo.
Tinha um carisma especial pelos fãs, era atencioso com eles, apesar de sisudo, possuía uma doçura embaixo da aparência carrancuda.
Soube cultivar grandes amigos e também conserva-los sempre, homem de aparência séria, às vezes tímido, mas ao mesmo tempo desinibido enfrentava bem as grandes plateias.
Aonde chegava era rodeado de pessoas que se encantava com seu jeito autêntico de ser, sua humildade, suas histórias cômicas, folclóricas, exagerando nas coisas propositalmente. Adorava assistir corridas de cavalos, se vestia bem, usava joias, bons perfumes e bons carros.
Não bebia como todos dizem muito pelo contrário, guardava os whiskes e cachaças que ganhava e formou uma coleção de bebidas que gostava de mostrar aos amigos.
Muitas homenagens foram e continuam sendo feitas para o gigante Tião Carreiro que inspirou e continua influenciando violeiros e cantadores de várias gerações.
Recentemente foi lançado pela gravadora Warner, um box comemorativo aos 80 anos que Tião Carreiro completaria hoje, “80 anos de vida e viola”. O projeto vem em uma capa comum de DVD, com 4 CD’s uma seleção de grandes canções do Tião. A maioria das canções é em parceria com Pardinho, mas há também faixas ao lado de outros parceiros com quem gravou.
Em Pardinho-SP é realizado todos os anos o FESMURP, Festival de Música Raiz de Pardinho, que na sua 6º edição homenageará o grande Tião Carreiro. O evento será nos dias 07,08 e 09 de novembro na praça central da cidade.
Tião Carreiro está fazendo mais sucesso hoje do que em seu tempo. Infelizmente só dão valor em alguma coisa quando não tem mais, e isso é muito triste. Valorize tudo e todos agora no presente.
“Morre o homem e fica a fama, e minha fama dá trabalho” (Tião Carreiro).
Por: Luiz Henrique Pelícia (Caipirão) para o site Sertanejo Oficial
www.clubedocaipirao.com.br