Os produtores de alimentos orgânicos do Distrito Federal reclamam da falta de incentivo do governo e da alta carga tributária. Alguns já pensam em desistir da atividade por causa do alto custo de produção. Eles reivindicam mais incentivos e facilidades no acesso ao crédito.
Clevane Ribeiro produz verduras, frutas, legumes e laticínios orgânicos há mais de 20 anos, em Brasília, no Distrito Federal. Os produtos são comercializados em grandes redes de supermercados e na loja própria da marca. Mas como o custo de produção é até 40% mais alto que o de alimentos convencionais, o preço final para o consumidor acaba ficando mais alto também. Uma das maneiras de reduzir o valor do alimento na prateleira é a redução de impostos, uma reivindicação do setor.
– Nosso custo com impostos é muito alto. No Distrito Federal, o ICMS é 17%. E o financiamento também poderia ser a juros mais baixos. Quando a gente vai fazer os financiamentos nos bancos, os gerentes não querem porque é mais difícil, mais complexo. É uma coisa praticamente vetada. No nosso caso, do laticínio, a gente deve parar nesse ano – lamenta a produtora.
Segundo o Sindicato dos Produtores de Orgânicos do Distrito Federal, que representa 300 agricultores, muitos estão desistindo da atividade por falta de incentivo.
– Se você quiser estimular esse produtor, você tem que reduzir esses custos, porque ele está iniciando uma nova atividade – afirma o presidente do Sindicato, Moacir Pereira Lima.
O economista Flávio Borges Filho defende a isenção de impostos para todos os alimentos e insumos para a produção.
– Porque você está economizando no transporte, na saúde, já que uma pessoa que se alimenta bem é mais saudável, vai ter menos custos. Estimular a produção orgânica local, através de incentivo, redução de impostos, deveria ser uma prioridade de qualquer governo – diz Borges.
Um documento pedindo a redução de impostos já foi entregue para o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República.
Fonte:CanalRural