O Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB) coordenou na safra 2012/2013 um protocolo de pesquisa visando avaliar a adubação nitrogenada (lanço e foliar) na fase de enchimento de grãos da soja (R5.3). Foram desenvolvidos 51 experimentos nas principais regiões produtoras de soja do país para avaliar o efeito da suplementação com ureia (líquida e granulada) no estágio reprodutivo R5.3 sobre o rendimento da soja. Em 98% dos experimentos foi avaliada a inviabilidade da aplicação de nitrogênio.
– No Brasil, graças ao processo de FBN (Fixação Biológica de Nitrogênio), a inoculação substitui totalmente a necessidade do uso de adubos nitrogenados nas lavouras de soja. O inoculante contém bactérias selecionadas do gênero Bradyrhizobium que, quando associadas às raízes de soja, conseguem converter o nitrogênio da atmosfera em compostos nitrogenados, que serão utilizados pela planta – afirma a pesquisadoras Ieda Mendes (Embrapa Cerrados).
A substituição dos fertilizantes nitrogenados industriais pela inoculação da soja com bactérias proporciona uma grande economia. De acordo com os cálculos dos pesquisadores, o uso de apenas 20 kg de N/ha, na forma de ureia (equivalente a 42 kg desse adubo), na soja cultivada no Brasil resultaria em um custo adicional de cerca de R$ 62,50 por hectare, totalizando R$ 1,7 bilhão nos aproximadamente 30 milhões de hectares cultivados com soja em 2013. Destaca-se também o benefício ambiental ao deixar de usar os adubos nitrogenados industrializados.
Como cerca de 50% dos adubos nitrogenados aplicados ao solo são perdidos por processos como a lixiviação, desnitrificação e volatilização, esses fertilizantes causam a poluição de mananciais hídricos (rios, lagos, lençóis freáticos) e a redução da camada de ozônio que envolve o planeta, contribuindo consequente para o aquecimento global.
Veja abaixo o trabalho dos pesquisadores da EMBRAPA a respeito da Fixação Biológica do Nitrogênio na cultura da Soja
Fonte: EMBRAPA Cerrados