Olá amigos do Sertanejo oficial e amantes da música sertaneja, vamos contando um pouquinho mais da história da nossa música e suas curiosidades.
A década de 1980 ficou marcada por grandes acontecimentos na história da música sertaneja. Como por exemplo, em março de 1980 a estreia na do Programa Viola Minha Viola na TV Cultura, inicialmente apresentado por Nonô Basílio e Moraes Sarmento, depois por Moraes Sarmento e Inezita Barroso, e depois só por Inezita Barroso que permanece até os dias de hoje. O Programa completou em 2014, 34 anos consecutivos no ar. Esta, sem dúvida, foi uma das maiores conquistas da música sertaneja.
Nesta década a Rede Globo de Televisão abre espaço pra música sertaneja raiz, que até então nunca cedeu espaço algum. Em 1982, Sérgio Reis estava na novela “Paraíso”, e aos domingos Rolando Boldrin passa a apresentar o programa “Som Brasil” trazendo importantes nomes da música sertaneja raiz, passando depois a ser apresentado por Lima Duarte.
O SBT também rompe os preconceitos e abre uma programação sertaneja aos domingos e segundas-feiras. Aos domingos a dupla Tonico e Tinoco apresenta o programa “Festa na Roça”, entre outros programas que passam a fazer parte da grade de programação.
Alguns grandes nomes também surgiram no início desta década, como foi o caso do violeiro, cantor e compositor Almir Sater. Os irmãos Chitãozinho e Xororó apesar de começarem nos anos de 1970, o primeiro grande sucesso apareceu em 1982 com a canção Fio de Cabelo, que na verdade foi o divisor de águas quebrando um pouco do preconceito que tinham da música sertaneja.
Leandro e Leonardo, Gian e Giovani, Zezé e Luciano, João Paulo e Daniel, Cleiton e Cristiane, Alan e Aladim, Roberta Miranda, Ataíde e Alexandre cresceram nessa época.
A dupla Chrystian e Ralf chegou em 1982 com um álbum lançado no ano seguinte. Donos de um humor peculiar, os goianos que passaram a juventude na Vila Gustavo em São Paulo, são reconhecidos como a dupla mais afinada do país e até hoje consagradíssimos.
Algumas duplas conseguiram espaço e fizeram o seu nome ainda nos anos 1980. Mesmo que esse sucesso ficasse restrito às regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste, principalmente no interior, ainda um tanto longe das capitais, na cidade de São Paulo, por exemplo, forte era o rock nacional e a música de viola ainda era associada a quem morava longe.
Nas rádios, o estilo se enquadrava apenas nas estações AMs, já que as FMs ignoravam as canções explicitamente. Os grandes canais de televisão limitavam a sua cota de participação aos sertanejos – em muitos casos, completamente nula. Ou alguém se lembra de ver, Chitãozinho e Xororó, frequentando o palco do Chacrinha? Poucos, como Bolinha, abriam as portas e recebiam as duplas e cantores.
Com grandes evoluções e o surgimento de novas duplas gravando músicas comerciais apareceu o famoso “jabá” que veio acabar com tudo, isso tirou o espaço daqueles que lutavam pela cultura. Cachês milionários passaram a tomar conta de grandes eventos. Os circos começam a perder espaço e aos poucos foram entrando em extinção. Apesar de tudo os anos de 1980 foram os preparadores para uma grande explosão da música sertaneja romântica na década seguinte.
Amigos, semana que vem tem mais curiosidades e histórias da nossa música sertaneja vamos lembrar da década de 1990, um grande abraço.
Parte 7: Década de 1990, fim das tradições e início do “Sertanejo Pop”
Parte 5: Anos 70, as grandes mudanças da música sertaneja