Amigos do Sertanejo Oficial e amantes da música sertaneja hoje vocês irão conhecer um pouco sobre a história do grande Rolando Boldrin. Com ajuda da jornalista Sandra Peripato, grande pesquisadora da música sertaneja fiz um resumão sobre o Boldrin.
Rolando Boldrin nasceu em São Joaquim da Barra, SP, em 22 de Outubro de 1936. Aos sete anos, já tocava viola e, aos 12, formando com um irmão a dupla Boy e Formiga.
Incentivado pelo pai, resolveu tentar a sorte na capital paulista, onde trabalhou como sapateiro, frentista, carregador e garçom, antes de se firmar como artista.
Estreou na carreira musical nos anos de 1960, participando de um disco da cantora Lurdinha Pereira, que logo se tornou sua esposa e produtora de seus discos. Foi pioneiro na realização de programas de televisão dedicados a música brasileira autêntica, de inspiração regional, diferenciada da música sertaneja de consumo: Som Brasil (TV Globo), Empório Brasil (TV Bandeirantes) e Empório Brasileiro (SBT).
Depois de ter gravado mais alguns discos em duo com Lurdinha, em 1974 Rolando Boldrin gravou seu primeiro LP solo: “O Cantadô”. O título foi escolhido pelo próprio Rolando Boldrin, pois é como ele gosta de ser chamado, já que não possui compromisso com a voz, nem com a forma de cantar, mas somente com a maneira de emocionar….
De 1981 a 1984 apresentou na Rede Globo aos domingos pela manhã o programa “Som Brasil” que resgatou e reergueu muita gente importante já esquecida no nosso cancioneiro. E, com o sonho de apresentar o som genuinamente brasileiro no horário nobre, Rolando Boldrin teve alguns desentendimentos com a emissora de Roberto Marinho e, em 1984 apresentou o “Empório Brasileiro”, nas noites de terça-feira na Rede Bandeirantes. E, por um curto período de tempo, apresentou também “Empório Brasil” no SBT.
Era marca registrada dos programas de Rolando Boldrin apresentar nossos valores autênticos. Seus programas valorizavam as tradições regionais, as conversas de “cumpadi”, a boa música raiz, e, consequentemente, não admitia o uso de play-back nem guitarra.
A ideia era não cantar sucessos, mas somente música de inspiração regionalista. Também nada de glamour, do contrário, Boldrin queria que a pessoa fosse ao programa com naturalidade e simplicidade, vestido como andava na rua, sem nenhum figurino especial. O importante é que, para nossa felicidade e de todos os que defendem nossas raízes, Rolando Boldrin não perde de vista o palquinho de Cornélio Pires que ele um dia havia conhecido com seus 11 anos de idade em São Joaquim da Barra. Não importa o quanto a TV tenha mudado, e o quanto nossa música regional possa perder pontos para os ditos “rappers”, “pagodeiros” e “pop-sertanejos”. Rolando Boldrin se mantém firme, defendendo as raízes. Isso é muito bom pra nossa cultura, por isso faço o que posso para defender o que é nosso.
Atualmente, Rolando Boldrin apresenta o programa Sr. “Brasil”, que vai ao ar nas noites de terça-feira, pela TV Cultura de São Paulo-SP.
Seu repertório de canções caipiras reúne cateretês, toadas e modas, compondo cuidadosa seleção do que há de melhor na música brasileira de enfoque rural. Sintetizou a experiência profissional na realização de “teatros musicados”, espetáculos em que seu personagem se transforma em ator, cantador, poeta, intérprete e contador de “causos”.
Destacou-se também no cinema, premiado pela APCA por sua participação no filme “Doramundo” (1978), de João Batista de Andrade.
Ao longo da carreira gravou vários causos e canções em diversos estilos brasileiros. Seu maior sucesso é “Vide Vida Marvada”, que é tema de abertura de seus programas.
Espero que vocês tenham gostado de saber um pouco sobre “O Cantadô” Rolando Boldrin. Semana que vem tem mais curiosidades e histórias da nossa música sertaneja no site Sertanejo Oficial, grande abraço.
Por: Luiz Henrique Pelícia (Caipirão) para o site Sertanejo Oficial
www.clubedocaipirao.com.br