Amigos do site Sertanejo Oficial e amantes da música sertaneja, hoje vocês irão conhecer um pouco sobre a história do saudoso Raul Torres. Com ajuda da jornalista Sandra Peripato e Edson Nogueira, grandes pesquisadores culturais, fiz esse resumão sobre o embaixador da música sertaneja.
Raul Montes Tôrres nasceu dia 11 de julho de 1906, em Botucatu, e faleceu em São Paulo, dia 12 de julho de 1970, onde foi sepultado. Tinha voz macia e bem agradável. No final de 1930 gravou para Turma Caipira de Cornélio Pires com o pseudônimo de Bico Doce. Deixou em discos mais de 400 gravações, sob os principais selos do país, como RCA Victor, Odeon e Columbia, em diversos gêneros musicais, tais como modas de viola, guarânias, toadas, valsas, sambas, marchas, jongos, cocos e emboladas. Era conhecido como “Embaixador da Embolada” e depois “Embaixador da Musica Sertaneja”.
Foi um dos pioneiros do rádio paulista. Passou pelas rádios Educadora, Record e Rádio Cruzeiro do Sul. Já com nome feito e ganhando mais popularidade como intérprete do gênero caipira. Formou em 1938 o trio “Torres, Serrinha e Rieli”. Gravou muitos discos solo e com outros vários parceiros, porém a tão famosa dupla com Florêncio só nasce em 1944.
Raul Torres foi um grande compositor tendo suas canções gravadas por Rolando Boldrin e Tonico e Tinoco, Tião Carreiro, Luiz Gonzaga, Mococa e Paraíso, Duo Glacial, Irmãs Galvão, Daniel, Chitãozinho e Chororó, Renato Andrade entre outros.
Entre os grandes sucessos temos:
– CHICO MULATO “Tapera de beira de estrada, que vive assim descoberta…”;
– CABOCLA TEREZA “Há tempo eu fiz um ranchinho, pra minha cabocla morar…”;
– PINGO D’ÁGUA “Eu fiz promessa pra que Deus mandasse chuva…”;
– MOURÃO DA PORTEIRA “Lá no mourão esquerdo da porteira…”;
– BOIADA CUIABANA “Vou contar a minha vida do tempo que eu era moço…Eu saí de Alambari na minha besta ruana…”;
– SAUDADES DE MATÃO “Neste mundo eu choro a dor, por uma paixão sem fim…”;
– COLCHA DE RETALHOS “Aquela colcha de retalhos que tu fizeste, juntando pedaço em pedaço foi costurada…”;
– CAVALO ZAINO “Eu tenho um cavalo zaino que na raia é corredor, já correu quinze carreira, toda as quinze ele ganhou…”
– MODA DA MULA PRETA “Eu tenho uma mula preta tem sete parmo de artura…”;
– MODA DA PINGA “Com a marvada pinga é que eu me atrapaio…”;
– DO LADO QUE O VENTO VAI “Adeus morena eu vou do lado que o vento vai…”, entre outros.
Ao longo da carreira foram milhares de musicas gravadas em discos de 78 rpm, Lps, Compactos duplos e simples e relançamentos em Cds. Raul Torres foi muito premiado e é homenageado até hoje. Seu principal parceiro Florêncio era um violeiro diferenciado, que inspirou até mesmo o mestre Tião Carreiro. A dupla foi sensacional, por isso fez história.
Semana que vem tem mais curiosidades e histórias da nossa música sertaneja, grande abraço.
Por: Luiz Henrique Pelícia (Caipirão) para o Sertanejo Oficial
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