A conservação da água deste sistema será a principal abordagem do 14° Encontro Nacional de Plantio Direto na Palha, que ocorrerá entre 12 e 14 de agosto, em Bonito (MS), com o tema “Sistema Plantio Direto, produzindo água e alimentando o mundo”. O Encontro Nacional de Plantio Direto na Palha acontece bianualmente e a escolha do local da realização do evento, segundo os organizadores, é resultado da conservação da água em Bonito, cidade mundialmente conhecida por suas belezas naturais, especialmente em relação a seus recursos hídricos.
A conservação da água no solo é um dos principais benefícios do plantio direto de grãos na palha, caracterizado por uma nova semeadura sobre os restos vegetais de culturas anteriores sem revolver o solo, considerando que o sistema evita a evaporação da água no solo, apresentando maior aproveitamento das chuvas, retendo a umidade e diminuindo a temperatura do solo. A afirmação é do analista de grãos da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Sistema Famasul), Leonardo Carlotto, sobre a tecnologia aplicada pelos agricultores de Mato Grosso do Sul.
Segundo o presidente da Associação dos Produtores de Soja de MS (Aprosoja/MS), Mauricio Saito, desde a implantação da tecnologia no Estado, há mais de 20 anos, o sistema é utilizado por aproximadamente 90% dos agricultores sul-mato-grossenses. “Os benefícios do plantio direto na palha desde o início da prática no País foram evidentes de forma imediata, tanto no quesito sustentabilidade como na eficiência de produção, contribuindo na manutenção dos nutrientes do solo”, ressalta.
De acordo com Carlotto o plantio das sementes direto na palha também permite o controle natural de plantas daninhas, evita o desperdício de matéria orgânica, tem um maior aproveitamento do adubo e é economicamente viável .
“O agricultor não precisa revolver a terra e nem fazer o gradeamento, método que serve para uniformizar e nivelar o solo, aproveitando a palha de outras culturas, utilizando-se de práticas ambientalmente corretas”, afirma Carlotto ao enfatizar o funcionamento do sistema. “O produtor mantém a palha no solo, principalmente em áreas em rotação com pastagens ou outras culturas, com isso não há revolvimento do solo e nem o uso de máquinas pesadas”.
A camada de palha superficial do sistema também permite o desenvolvimento de seres vivos no solo, como as minhocas e besouros, que se alimentam de resíduos de plantas e cavam pequenos túneis e galerias no solo, fazendo com que a água da chuva infiltre com maios facilidade, contribuindo com a conservação e armazenamento da água no solo, reduzindo o risco de erosão.
O evento, realizado pela Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha e Irrigação, com o apoio de instituições como a Embrapa Agropecuária Oeste, Fundação MS e Sistema Famasul, irá debater temas como o consórcio milho com capins, o controle racional de plantas daninhas, o potencial ainda inexplorado de áreas não tradicionais e a irrigação.
Fonte: Famasul