Andre OrtegaDepois de uma vida inteira dedicada a música caipira de raiz e as tradições populares, morreu aos 90 anos Ignez Magdalena Aranha de Lima, a nossa eterna “Dama da Música Raiz” brasileira, Inezita Barroso.
Começou a cantar e estudar violão aos sete anos. Depois, começou com viola e piano. Tomou gosto pelo universo rural já nos primeiros anos de sua vida e na adolescência realizou recitais e shows. Inezita foi a primeira mulher a gravar uma moda de viola e era considerada a grande “Dama da Música Raiz” brasileira.
Sua primeira gravação em disco foi realizada no ano de 1951 pela gravadora Sínter. A partir daí, Inezita gravou cerca de 100 discos.
Na rádio, Inezita esteve à frente de microfones da Record, USP e Rádio Cultura AM, onde apresentou, por 10 anos, o programa diário Estrela da Manhã.
Na televisão, sua carreira começou junto com a TV Record, onde foi a primeira cantora contratada. Depois, passou pela extinta TV Tupi e outras emissoras, até chegar à TV Cultura para comandar por 35 anos o “Viola, Minha Viola”, gravando mais de 1500 edições do programa voltado a modas de viola, música de raiz, lendas e danças folclóricas.
O primeiro DVD musical de Inezita Barroso, “Cabocla Eu Sou”, foi lançado em dezembro de 2013 e sintetiza os mais de 60 anos de carreira da cantora. Inezita também foi atriz, no cinema, atuou em filmes como “O preço da vitória” e “Mulher de Verdade” com o qual conquistou os prêmios Saci de melhor atriz em 1955 e Governador do Estado, na mesma categoria e ano.
Detentora de mais de 200 prêmios, entre eles o Prêmio Sharp de Música na categoria Melhor Cantora Regional, o Grande Prêmio do Júri do Prêmio Movimento de Música, em homenagem aos 47 anos de carreira, e o Prêmio Roquette Pinto como Melhor Cantora de Rádio da Música Popular Brasileira, sua longa carreira foi coroada com o Grande Prêmio da Crítica da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), em 2010, e com a escolha de seu nome para ocupar uma das cadeiras da Academia Paulista de Letras, em 2014. Inezita seria empossada oficialmente em meados de março deste ano.
Inezita estava internada no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo (SP), supostamente por causa de uma infecção urinária. A cantora deixa uma filha, Marta Barroso, três netas e cinco bisnetos.
O corpo da cantora e apresentadora esta sendo velado na Assembleia Legislativa de São Paulo (Avenida Pedro Álvares Cabral, 201 – Parque Ibirapuera) desde às 7h30. É aberto ao público. O sepultamento está previsto para acontecer às 17h, no Cemitério Gethsêmani, no Bairro do Morumbi, Zona Sul da capital paulista.
A família do Sertanejo Oficial não tem palavras para expressar o tamanho do vazio que causou a sua partida, uma perda inestimável, ficam órfãos os familiares, os amigos, os fãs, a história, a música e a cultura do nosso país. Inezita comandou com muita maestria, durante 35 anos, o melhor programa musical brasileiro. O nosso domingo de manhã nunca mais será o mesmo. Descanse em Paz nossa eterna “Dama da Música Raiz” brasileira…
Por: André Sertanejo
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