Mário Zan , o sanfoneiro que brincava com a sanfona
Assim era o acordeonista ítalo-brasileiro Mario Giovanni Zandomeneghi, mais conhecido como Mário Zan, que nesta sexta (09) completaria 95 anos se vivo estivesse. Mario Zan logo aos 13 anos estreou, como sanfoneiro profissional e não parou mais, até vir a falecer em 09/11/2006.
Reconhecido como um dos grandes compositores populares dos últimos tempos, autor de mais de 1000 músicas e regravações por intérpretes como Almir Sater, Sérgio Reis, Roberto Carlos, Roberta Miranda, entre outros, assim como no estrangeiro. Seu maior sucesso Nova Flor (Os Homens Não Devem Chorar), acumula centenas de gravações em diversos países, desde a América Latina, Estados Unidos, Portugal, Alemanha, China, Japão e outros. Inclusive como tema de novelas. Mario Zan também foi coautor de 4º Centenário de São Paulo (1954), escrita em parceria com J. A. Alves, e que se tornou um hino à terra da garoa. Durante sua carreira, presença sempre garantida nas principais festas juninas em todo o país.
Uma das mais célebres, canção Chalana em parceria com Arlindo Pinto (1940) veio a “estourar” nacionalmente, 50 anos depois, na voz de Almir Sater, na novela “Pantanal” (1990). Sobre a canção, fato curioso veio a revelar Sater, que não pensava em gravá-la até então, no entanto a música é presença obrigatória em seus shows ( “se não cantar, até apanho”, revelou o artista aos risos certa vez) e da qual alavancou sua carreira ainda mais.
A Música não só ficou estigmatizada na voz de Almir, como muitos artistas creditam, como o verdadeiro hino do Pantanal.
Fotos: Mário Zan , arquivo de família
Entre os sucessos já citados de Mario Zan destacam-se também Festa na Roça, Segue teu caminho, Sanfoneiro folgado, Bicho Carpinteiro, Capricho Cigano.
Reconhecido internacionalmente, Mario Zan tem seu nome e retrato expostos no Museu de Artes de Frankfurt, Alemanha, ao lado de grandes instrumentistas de todos os tempos. Reza a lenda que perguntado ao Luiz Gonzaga se ele era o rei da sanfona, ele logo tratou de esclarecer:
“Não! Eu sou o Rei do Baião! O Rei da Sanfona é Mario Zan.”. Então “tá” falado, “Segue Teu Caminho” lá no céu a festa continua, ao som do “baião e sanfona” para celebrar o que é eternizado na terra, legado este passado para sua filha Mariângela Zan, em perpetuar sua obra, não “Só pra você”, mas para o mundo.
Procurada pela Sertanejo Oficial, a Cantora Mariangela Zan fez questão de dar um depoimento emocionado, sobre o que representa ser filha do grande Artista Mario Zan, nesta data tão especial:
“Mario Zan foi um grande homem e um grande artista. Muito do que sei hoje devo a esse Italiano brasileiro. Tenho muita honra de ser sua filha. Obrigada Mário Zan por você ter existido”.
Ouça abaixo a canção Chalana (Mario Zan) na voz de Almir Sater, um grande sucesso do Artista, indispensável em suas apresentações.