Amigo amante da música sertaneja e fã do site Sertanejo Oficial, hoje você vai conhecer um pouco da dupla Caçula e Marinheiro. Esta pesquisa foi feita com a ajuda da jornalista e pesquisadora cultural Sandra Pericato.
Orlando Bianchi, o Caçula, nasceu em São José do Rio Preto, São Paulo, no ano de 1934, e Benedito Braz dos Reis, o Marinheiro, nasceu em Piracanjuba, Goiás, em 11 de maio de 1929.
Caçula da dupla “Caçula e Marinheiro” nada tem a ver com o Caçula que formou dupla com Mariano da Turma Caipira de Cornélio Pires. Trata-se apenas de coincidência de nome artístico.
Orlando começou como “menino-prodígio” da sanfona e se apresentou na Rádio Rio Preto, sua cidade natal, com apenas 7 anos de idade, no ano de 1941. Conheceu o violeiro Zé do Rancho, que fazia dupla com Bolinha. Formaram então um trio, no ano de 1955.
No ano seguinte, Orlando conheceu Benedito na Rádio Bandeirantes de São Paulo/SP. Benedito, por sua vez já tinha o nome artístico de Marinheiro e formava com Cândido de Paula Brasão a dupla “Brasão e Marinheiro” (Cândido de Paula Brasão foi também o “primeiro Brasão” da dupla Brasão e Brasãozinho; com o falecimento prematuro de Cândido, o Brasão passou a ser Adésio Silvestre e, após algum tempo, o “terceiro Brasão” passou a ser José Firmino da Silva Filho). A dupla “Brasão e Marinheiro” gravou 2 discos 78 rpm pela gravadora Copacabana.
Pouco tempo depois de terem se conhecido, Orlando e Benedito formaram a dupla “Caçula e Marinheiro”, a qual passou a se apresentar no programa “Alvorada Cabocla”, na Rádio Nacional de São Paulo (hoje Rádio Globo), sob o comando do radialista Nhô Zé.
Caçula e Marinheiro gravaram o primeiro disco 78 rpm pelo selo Sertanejo em março de 1960, com as músicas “Não Chores Assim” e “Destino de um Boêmio”. Em agosto do mesmo ano, gravou o segundo disco 78 rpm, também pelo selo Sertanejo, com as músicas “Volte Para Mim” e “Não Chores Mulher”.
A dupla gravou um total de 8 discos 78 rpm , entre 1960 e 1964. Os sertanejos também gravaram 18 LP’s, entre 1961 e 1976, com destaque para as músicas “Nossa União”, “Cantinho do Céu”, “Milagre de Papai Noel”, “Uma Cruz Desceu do Céu”, “Igrejinha da Serra”, “Nada Afastará Você de Mim”, “Acidente do Norte de Minas”, “Meu Passado”, “Dois Amores e uma Aliança”, “A Dama de Vermelho”, entre outras.
Durante algum tempo, a dupla se transformou num trio, já que Clarinda Martins, que era filha do proprietário do Circo Irmãos Martins, no qual a dupla “Caçula e Marinheiro” costumava se apresentar, veio a ser a esposa do Marinheiro. A parte vocal ficava a cargo de Clarinda e Marinheiro, enquanto que o Caçula se encarregava dos solos de acordeon. O trio gravou durante dois anos na RCA.
Clarinda, no entanto, adoeceu e veio a falecer. A dupla “Caçula e Marinheiro” só voltou a cantar em 1967, trazendo no repertório diversas composições que homenageavam Clarinda, tais como “Aquele Dia Tão Triste”, “Onde Estás, Meu Amor” e “Pertinho de Deus”.
Marinheiro faleceu em 27 de dezembro de 1984, vítima de uma injeção errada (choque anafilático) aplicada num hospital na cidade de Piracanjuba/GO. Caçula faleceu em 1989. A dupla Caçula e Marinheiro contribuiu muito para o desenvolvimento da música sertaneja e inspirou diversas duplas entre elas Milionário e José Rico.
Amigos, semana que vem tem mais sobre a nossa musica sertaneja, grande abraço.
Por: Luiz Henrique Pelícia (Caipirão) para o site Sertanejo Oficial