Bom dia mais uma vez amigo leitor do site Sertanejo Oficial e amante da música sertaneja, hoje você vai conhecer um pouco da história da dupla Leôncio e Leonel, agradecendo mais uma vez a pesquisadora Sandra Peripato pelo apoio.
Benedito Leonel, o Leôncio, nasceu no dia 11 de fevereiro de 1932 em Itajú-SP. Faleceu em 15 de novembro de 2002, em Bariri-SP. Guido de Souza, o Leonel, nasceu no dia 14 de dezembro de 1934, também em Itajú-SP, e faleceu em 27 de abril de 2013 na cidade de Bauru-SP. Curiosamente os sobrenomes são diferentes, apesar de serem irmãos, e o integrante da dupla com o nome artístico de Leonel não tem esse sobrenome, ao contrário de Leôncio. Os irmãos nasceram na roça e foram criados ajudando os pais no plantio de café, mas não abriram mão de cantar e tocar viola. Passaram a infância e a adolescência em Arealva, Bariri e Itapuí, cidades do interior paulista.
Como dupla caipira, os irmãos Leonel iniciaram a carreira artística em Bariri, no início da década de 1950. E nessa época eles se apresentaram pela primeira vez na Rádio Cultura de Pederneiras-SP. Em 1954 incentivados por diversos fãs e amigos, seguiram para a capital paulista. Em São Paulo, conheceram seus maiores ídolos Tonico e Tinoco. O nome artístico “Leôncio e Leonel”, adotado pela dupla a partir de então foi por sugestão do Tonico, que já fazia enorme sucesso no Brasil
Foi na Rádio América de São Paulo que a dupla se iniciou profissionalmente, em 1955, quando foram apresentados ao Nhô Crispim por Teddy Vieira e Euclides Riqueza. Nhô Crispim apresentava o Programa “Alvorada Sertaneja”, ao vivo, das 6:00 às 7:00 horas da manhã.
Com o término do contrato com a Rádio América, a Rádio Bandeirantes de São Paulo já estava de olho na jovem dupla que foi contratada e lá permaneceu por 8 anos, nos programas “Serra da Mantiqueira”, comandado pelo Comendador Biguá e “Brasil Caboclo” do Capitão Barduíno.
Em 1956 Diogo Mulero, o Palmeira, era diretor artístico da RCA-Víctor e descobriu o talento de Leôncio e Leonel convidando-os para gravar o primeiro disco, o que se deu no dia 06 de agosto de 1956 tendo nesse 78 rpm, logo de início, o maior sucesso da dupla, que foi “Casinha de Aço”.
Em 1957, Palmeira saiu da RCA e passou a ser diretor artístico da Chantecler, para onde levou seus artistas, como as Irmãs Galvão, Sulino e Marrueiro, além de Leôncio e Leonel e da própria dupla Palmeira e Biá que eram duplas que até então gravavam pela RCA.
Na Chantecler Leôncio e Leonel estrearam em 1958 com a moda de viola “Boi Fumaça” e o cururu “Morena de Casa Branca”. Por essa época, Leôncio e Leonel faziam bastante sucesso em todo o Brasil. Em 1961 gravaram na Chantecler o primeiro LP, intitulado “A Voz do Sertão”. Nessa época era preciso fazer muito sucesso para lançar LPs, caso contrário era somente 78 rpm…
A dupla viajou bastante pelo Brasil. No início da década de 70 eles se mudaram para Londrina-PR onde residiram por cinco anos e atuaram na Rádio Auri Verde naquela cidade. Voltando de Londrina, Leôncio e Leonel foram morar definitivamente em Bariri-SP.
Como não aceitaram certas imposições das gravadoras de um modo geral, a dupla ficou sem gravar no período de doze anos, que foi de 1984 a 1996, quando por insistência dos amigos, colegas e fãs, voltaram a gravar e a viajar.
Leôncio e Leonel apresentavam seus programas na Rádio Cultura de Bariri até novembro de 2002, quando Leôncio veio a falecer. Leonel continuou trabalhando na mesma emissora após o falecimento do irmão, no entanto, não voltou mais a cantar.
A maior parte do repertório de Leôncio e Leonel é composta de toadas, apesar da dupla também ter gravado modas de viola, pagodes, cateretês e outros ritmos diversos.
Além de composições próprias, Leôncio e Leonel também gravaram músicas de diversos renomados compositores, dentre os quais, Moacyr dos Santos, Sulino, Roque José de Almeida, Roberto Stanganelli, Benedito Seviero, José Fortuna, apenas para citar alguns.
Leôncio e Leonel gravou ao longo de sua carreira um total de 27 discos 78 rpm, 03 compactos e 22 LPs, além de 04 CDs de coletâneas, 03 CDs remasterizados de LPs e 02 CDs de lançamento.
Amigos semana que vem tem mais curiosidades e histórias da nossa música sertaneja, grande abraço.