Olá amigo amante da música sertaneja e leitor do Sertanejo Oficial, hoje você vai conhecer um pouco da história de Zé Mulato e Cassiano. Agradecendo ao Texto cedido pela pesquisadora e jornalista Sandra Peripato.
José das Dores Fernandes (Zé Mulato), nasceu em 12 de agosto de 1949, e João Monteiro da Costa Neto (Cassiano), nasceu em 19 de abril de 1955, ambos na cidade de Passabém, no estado de Minas Gerais (cidade que se localiza na Zona da Mata Mineira, próximo à Itabira).
Filhos de um líder protestante na cidade de Passabém, os irmãos Zé Mulato e Cassiano adquiriram o conhecimento musical vendo e ouvindo o que acontecia ao seu redor durante a infância.
Aos 12 anos, Zé Mulato começou a tocar sozinho, pegando violas emprestadas em festas que tinham lugar em Passabém. O menino só sossegou quando conseguiu uma viola da marca “Rei dos Violões”.
Zé Mulato e Cassiano Mudaram-se para Brasília/DF em 1969.
E tudo começou em 1972, no Planalto Central. Zé Venâncio e Saulino haviam sido contratados para uma apresentação em praça pública, por ocasião da inauguração de uma farmácia na Cidade Satélite de Ceilândia no Distrito Federal e, no início do espetáculo, surgiram no meio daqueles “Candangos”, dois jovens mineiros simpáticos e bastante desinibidos. E os dois mineirinhos até então desconhecidos fizeram a abertura da festa e foram bastante aplaudidos pelo público presente. Iniciava-se naquele momento a trajetória artística da dupla.
Seis anos depois, Carreirinho ficara encantado com a semelhança observada na interpretação de Zé Mulato e Cassiano com a dupla “Zé Carreiro e Carreirinho”, levou-os para a capital paulista e, naquele momento, foi gravado o primeiro disco da dupla “Recordando Zé Carreiro e Carreirinho”, pela Gravadora Chororó, com o repertório todinho de Zé Carreiro e Carreirinho, com a produção do próprio Carreirinho.
A dupla chegou a passar vários anos à procura de uma gravadora; depois de 1982 quando foi lançado o LP “Louco Amor” pela Tocantins, a dupla só voltou a gravar um novo disco de carreira em 1997, “Meu Céu”, pela gravadora Velas, agraciado com o Prêmio Sharp 1998. Entre esses dois lançamentos, eles participaram da coletânea “Ao Capitão Furtado – Marvada Viola” lançada em LP em 1986 e remasterizada em CD em 1997. No entanto, jamais cederam aos interesses comerciais que tanto podam a criatividade do artista.
Combinando, o romantismo da dupla Zé Carreiro e Carreirinho, o modo de tocar a viola que nos faz lembrar Tião Carreiro e Pardinho e também o bom humor que nos faz lembrar das inesquecíveis sátiras das saudosas duplas Alvarenga e Ranchinho e Jararaca e Ratinho, “Zé Mulato e Cassiano” formam o que conhecemos como a “Dupla Três em Um”.
Zé Mulato é também um verdadeiro poeta que consegue, mesmo nos dias de hoje, mostrar-nos os verdadeiros anseios, sentimentos, alegrias, tristezas e verdades do nosso mundo rural, do nosso caipira. A poesia que Zé Mulato extrai desse mundo, explorando tanto os temas mais simples, como também os temas mais profundos e ligados à reflexão da complexa existência humana, faz dele um dos maiores compositores da música caipira raiz que conhecemos atualmente em atividade.
No início de 2004, por ocasião do IV Encontro de Folias de Reis do Distrito Federal, foi lançado pela produtora VBS – Viola Brasileira Show, o CD 25 Anos, no momento em que a dupla também comemorou o Jubileu de Prata do lançamento do primeiro disco.
No segundo semestre de 2005, foi lançado o 10º disco de carreira da dupla, intitulado “Dias Melhores”, com 17 composições inéditas até então.
A VBS lançou em 2009 um álbum triplo em comemoração aos 30 anos de carreira da dupla, que consiste num CD com músicas cantadas, todas inéditas (“Sertão Ainda é Sertão”), além de um CD instrumental com a dupla tocando viola e violão (“Zé Mulato e Cassiano – Instrumental”) e um DVD-Documentário dos 30 anos de carreira da dupla (“Documentário – 30 Anos”).
Lançaram em 2013, o mais recente trabalho da dupla, intitulado “Ciência Matuta”. Em 2015 a dupla ganhou o “Prêmio da Música Brasileira”.
Zé Mulato e Cassiano continuam em plena atividade, fazendo shows por todo o Brasil. Estive com a dupla recentemente em Ribeirão Preto em um encontro de violeiros.
Seus maiores secessão são: Milagre do Divino, Soraia, Amigo da Onça, Brasa Viva, Tarde no Sertão, O Homem e a Espingarda, Doutor dos Anéis, Calçadão, Meu Céu, Estrela da Manhã, Diário do Caipira, Navegante das Gerais, Ciência Matuta entre outros.
Amigos semana que vem amigos tem mais curiosidades e histórias da nossa música sertaneja, grande abraço.