O agronegócio brasileiro perde cerca de US$ 5 bilhões por ano com a baixa eficiência logística, principalmente no transporte de grãos, de acordo com cálculos da Bunge Brasil, apresentados nesse sábado, dia 22, pelo presidente da companhia, o ex-ministro da Casa Civil e do Planejamento Pedro Parente.
– Esse valor poderia ser incorporado na renda do produtor – disse Parente, durante o Fórum Nacional de Agronegócios, em Campinas (SP).
Segundo ele, o Brasil tem potencial para atender às necessidades de alimentos e energia do mundo, mas, “por outro lado, temos na logística o gargalo muito importante”. Dados apresentados por ele no evento apontam que os gargalos na cadeia trazem uma diferença de US$ 70 por tonelada de grãos exportada pelo Brasil em relação aos Estados Unidos, por exemplo. Na avaliação de Parente, o país tem capacidade de atingir uma produção de 200 milhões de toneladas de grãos só de milho e soja, ante as cerca de 140 milhões de toneladas atuais dos dois grãos e um total de 165 milhões de toneladas da safra inteira. No entanto, segundo ele, o nível de investimento em logística e infraestrutura ainda é muito baixo para o escoamento desse volume.
Para o presidente da Bunge, no entanto, o governo “já está acordando para isso e começou a destravar o processo”, com o pacote de medidas para a infraestrutura e a criação da Empresa de Planejamento da Logística. Segundo o executivo, a perspectiva de o país atingir uma produção de 200 milhões de toneladas dos dois grãos não está muito longe, principalmente pelo avanço na produção do milho.
– O milho deixou de ser cultura oportunista e agora é encarado como um produto nobre, como a soja – avaliou.
Agência Estado
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