A balança comercial do agronegócio brasileiro apresentou superávit de US$ 79,4 bilhões em 2012, o que corresponde a um crescimento de 3% em comparação com o ano anterior (US$ 77,5 bilhões). O levantamento é da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e foi divulgado ontem, dia 24.
O resultado é considerado positivo, levando em conta as incertezas externas, que reduziram a demanda de compradores tradicionais, como a União Europeia. Segundo a CNA, parte dos efeitos dessa contração foi compensada pela abertura e intensificação do comércio com mercados não tradicionais, como os países árabes e do continente africano. O resultado da balança comercial em 2012 também foi influenciado pela demanda da China, principal destino dos produtos agropecuários brasileiros. O país asiático absorveu 18,8% das exportações do setor no ano passado, quando os embarques para todos os mercados renderam US$ 95,8 bilhões, crescimento de 1% na comparação com 2011.
As importações totalizaram US$ 16,4 bilhões, o que representa queda de 6,2%, influenciada pela deflação generalizada dos preços médios de produtos que compõem a cesta de compras do Brasil no mercado externo. O levantamento da CNA mostra que o complexo soja mantém-se como principal segmento agropecuário exportado pelo Brasil, com vendas de US$ 26,1 bilhões em 2012, crescimento de 8,2% ante o ano anterior. O milho também foi destaque, pois as vendas cresceram em virtude da quebra da safra norte-americana. No acumulado do ano, as vendas externas de milho alcançaram US$ 5,3 bilhões, valor que superou o faturamento registrado em 2011 em pouco mais de 101%.
O ano de 2012 foi de estagnação para o setor exportador de carnes. Entre janeiro e dezembro de 2012, o Brasil exportou US$ 15,7 bilhões, receita igual à recebida no ano anterior. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), porém, os embargos relativos ao caso não clássico de vaca louca não tiveram forte impacto sobre o desempenho do comércio exterior, uma vez que os países que impuseram restrições respondem por apenas 5% das vendas.
Fonte: RuralBR/Agência Estado
Foto: Mauro Vieira