Segundo informações do Outlook Fiesp 2013, uma pesquisa realizada pelo Departamento de Agronegócio (Deagro) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) que analisa e projeta o setor do agronegócio nos próximos 10 anos, a produção de arroz, trigo, milho, carnes, café, lácteos e ovos irá crescer acima da média mundial, principalmente em razão do aumento da renda da população brasileira na próxima década. Em relação às exportações, o mercado internacional terá importância para a soja, celulose, algodão e açúcar.
O estudo aponta como responsável pelas boas perspectivas do setor o produtor rural, que cada vez mais tem consumido tecnologia e serviços de ponta oferecidos pela indústria. Segundo o levantamento do Deagro, o consumo total de carne de frango no Brasil em 2013 foi de 9,3 milhões de toneladas e deve chegar a 11,5 milhões de toneladas em 2023, um aumento de 24%. Já o consumo de carne bovina no Brasil deve crescer 16% na próxima década. Os brasileiros, que demandaram 8,5 milhões de toneladas de carne em 2013, devem absorver em 2023 um total de 9,8 milhões de toneladas. Quanto ao consumo per capita, o país já ultrapassou os Estados Unidos nas duas carnes.
O prognóstico do Outlook Fiesp é que em 2023, a produção brasileira de soja, milho e carnes manterá vantagem sobre a produção mundial. O destaque é a soja, cuja produção nacional deve crescer a taxas anuais de 3,9%, enquanto o incremento da produção mundial será de 2,4%. Em relação às exportações do produto, o Brasil ampliará de forma importante a sua participação, alcançando quase 50% do mercado mundial.
Ainda no âmbito das contribuições, o Deagro desenvolveu o Perfil do Produtor Agropecuário Brasileiro, um estudo feito juntamente com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). A pesquisa apurou que 43% desses produtores agropecuários têm curso superior completo. O percentual é maior entre os herdeiros das propriedades: 77% têm diploma universitário. Não por acaso, são grandes usuários e demandantes das tecnologias desenvolvidas pela indústria.
De acordo com o levantamento, divulgado pelo departamento em novembro deste ano, 40% dos produtores rurais operam seu negócio com o suporte de agrônomos, zootecnistas e veterinários, 25% são clientes de serviços de consultoria, 22,3% têm gerentes e 20% contam com administradores em suas propriedades. A pesquisa ouviu 1,5 mil agricultores e pecuaristas de 16 Estados brasileiros entre os dias 20 de junho e 10 de agosto de 2013. O Perfil do Produtor Agropecuário Brasileiro revela que um total de 65,6% dos entrevistados usa capital próprio como principal fonte de financiamento da produção, seguido das linhas de crédito disponibilizadas pelos bancos oficiais, com 40%, e por bancos privados, com 22%. As cooperativas, com 17,4%, e as indústrias de insumos, com 13%, também se destacam nesse mercado.O estudo identificou ainda a longevidade das famílias de produtores agropecuários no comando das fazendas, o que denota um alto grau de especialização. Em 39% dos casos, o gerenciador está há mais de 30 anos no comando. Outros 24% dos entrevistados disseram estar no controle das propriedades por um período entre 21 e 30 anos e 23% em um período entre 11 e 20 anos. A pesquisa envolveu as culturas de soja, milho, trigo, arroz, cana, café, laranja, algodão e pecuária (gado de corte e leiteiro). Entre os produtores avaliados, 40,5% possuem propriedades de porte médio, 36,4% de pequeno porte e 23,1% são grandes proprietários.
Fonte: FIESP