A dupla goiana Max e Mariano, que recentemente lançou a música “Eu Vou Jogar na Internet”, poderá responder processo na justiça por incitar “revenge porn”, que no Brasil se popularizou como “caiu na net”, expressão que define o ato de publicar imagens íntimas, sem consentimento da vítima, como forma de vingança.
Atualmente, a prática pode ser punida pela lei 12.737/2012, conhecida como Lei Carolina Dieckmann, que prevê reclusão de até cinco anos, mas costuma ser aplicada de forma mais branda, como o pagamento de multa.
“Eu vou jogar na internet/ Nem que você me processe/ Eu quero ver a sua cara quando alguém te mostrar/ Quero ver você dizer que não me conhece/Eu vou jogar na internet…”
Assim começa a letra da música que chocou os internautas nas últimas semanas e que acabou resultando ontem (07), na exclusão do vídeo do canal do Youtube, além dos demais canais de comunicação e interação da dupla na internet.
Em comunicado, a assessoria da dupla informou:
“Em virtude da grande repercussão que teve a divulgação de nosso primeiro clipe na internet e em consequência de muitas rejeições, resolvemos tirar do ar nosso vídeo de divulgação da música “EU VOU JOGAR NA INTERNET”. O nosso intuito mostrando a nova música é relatar um momento vivido nos dias de hoje pela sociedade e jamais fazer qualquer tipo de apologia ao ”revenge porn”. nossas sinceras desculpas!
Nunca imaginávamos que isso aconteceria,nunca passou pela nossa cabeça tamanha proporção e negatividade, não somos a favor de revenge porn, nem sabíamos sobre tal, e estamos a total dispor para esclarecimentos.”
Polêmica a parte, além de servir como um exemplo negativo para todo meio sertanejo, esse caso mostra também como estão despreparados alguns profissionais do mercado.
Ao contrário do funk, onde todo tipo de letra e apologia é permitida, a música sertaneja tem como fundamentos principais a simplicidade, o romantismo, a natureza e o amor. Para que situações como esta não aconteçam novamente, os profissionais envolvidos com a cultura sertaneja devem sempre aplicar estes fundamentos em seus trabalhos.
Por: André Sertanejo