História da dupla Cascatinha e Inhana

Um pouco da história da dupla Cascatinha e Inhana “Os Sabiás do Sertão”

Olá amigo amante da música sertaneja e leitor do site Sertanejo Oficial, hoje vamos conhecer um pouco da história da dupla Cascatinha e Inhana “Os Sabiás do Sertão”. Agradecendo a Pesquisadora Sandra Peripato pelo apoio.

Francisco dos Santos nasceu em Araraquara-SP, dia 20 de abril de 1919 e faleceu em São José do Rio Preto-SP dia 14 de março de 1996, e Ana Eufrosina da Silva Santos nasceu em Araras-SP, dia 28 de março de 1923 e faleceu em São Paulo-SP, dia 11 de junho de 1981. Primeira dupla caipira formada por marido e mulher.

Francisco dos Santos nasceu na fazenda Cafelândia. Seu pai era carroceiro e tocava um pouco de sanfona. Órfão de pai aos 5 anos; sua mãe se casou novamente e ela deu a luz a 5 filhos no primeiro casamento e 6 no segundo.

Seu pseudônimo surgiu muito antes de sonhar com a carreira artística. Aos 10 anos de idade, mudou-se para Marília-SP (na época, Alto Cafezal) e mais tarde mudou-se para Garça-SP. Nessa cidade, cursando a escola primária, foi onde ganhou o apelido de “Cascatinha”, pois gostava de “matar” aulas e ir tomar banho numa pequena cascata que por ali existia.

Voltou para Marília algum tempo depois onde trabalhou como servente de pedreiro. Mesma época quando foi admitido na banda local, como percussionista (tocava caixa). Aos poucos, foi revelando suas qualidades de intérprete, cantando sambas e serenatas, e também fazendo dupla com o paraibano Natalício Fermino dos Santos, o Chopp, que também era trapezista. Resolveu também aprender a tocar violão. Dizem inclusive que o apelido de Cascatinha se deve à Cerveja Cascatinha (apreciada por Noel Rosa, entre outros) que existia na época em que ele cantava em parceria com o Chopp.

A dupla tornou-se conhecida em pouco tempo, transformando-se, em 1941, no Trio Esmeralda, quando Francisco se casou com Ana, dando-lhe o nome de “Inhana” (“Sinhá Ana”, “Nhá Ana”, costume que se tinha na época).

Foto: Cascatinha e Inhana

Em 1950, a dupla foi contratada pela Rádio Record, onde permaneceu 12 anos, estreando em disco na Todamérica em 1951, com Fronteiriça, de Zé Fortuna, compositor preferido de Cascatinha.

Na Todamérica, em 1952, a dupla lançou um disco de 78 rpm que trazia Índia (Maria Ortiz Guerrero e José Asunción Flores, versão de José Fortuna) e Meu primeiro amor (versão de José Fortuna para Lejanias, de Hermínio Giménez), batendo todos os recordes de vendagem.

Em 1954, receberam Medalha de Ouro da Revista “Equipe” e passaram a ser conhecidos como “Os Sabiás do Sertão”, pelos recursos vocais e agradáveis nuances desenvolvidos pela dupla. A voz soprano de Inhana é considerada uma das vozes femininas mais perfeitas do Brasil.

Em 1955 participaram do filme de Ademar Gonzaga Carnaval em lá maior, interpretando Meu primeiro amor. Em 1966 a dupla gravou o LP Vinte e Cinco anos (RCA-Camden).

Cascatinha também ocupou durante um ano, o cargo de diretor artístico da gravadora Todamérica; na ocasião, lançou duplas famosas, como Nonô e Naná e Zilo e Zalo.

Foi uma carreira de 34 discos 78 rpm (com 68 músicas) e cerca de 30 LP’s. Entre seus grandes sucessos destacamos: “Índia”, “Meu Primeiro Amor”, “Solidão”, “Anahi”, “Guacyra”, “Quero Beijar-te as Mãos”, “O Menino e o Circo”, “Flor do Cafezal”, “Chuá, Chuá”, “Colcha de Retalhos”, “Serra da Boa Esperança”, “La Paloma”, entre outros.

Em 1978, no Teatro Alfredo Mesquita, em São Paulo, levam o espetáculo “Índia”, de bastante repercussão, contando sua trajetória artística, uma brilhante carreira e um maravilhoso casamento de 40 anos, que só teve fim com o falecimento de Inhana ocorrido no dia 11 de junho de 1981. Inhana passou mal em um salão de beleza, quando se preparava para comemorar a data, e faleceu no Hospital Leão XIII em São Paulo.

Cascatinha continuou a se apresentar sozinho em Votuporanga-SP e depois em São José do Rio Preto-SP, onde veio a falecer em 1996, no Hospital Beneficência Portuguesa, vítima de cirrose hepática.

Cascatinha também chegou a lançar no ano seguinte ao falecimento de Inhana o LP “Canto com Saudade”.

Amigos semana que vem tem mais sobre a nossa musica brasileira, grande abraço.