Olá amigo amante da música sertaneja e fã do site Sertanejo Oficial, hoje você vai conhecer um pouco dos “Hippies da Música Sertaneja”, Léo Canhoto e Robertinho, agradecendo mais uma vez a pesquisadora Sandra Peripato.
Leonildo Sachi, o Léo Canhoto, nasceu em Anhumas, no interior de São Paulo, no dia 27 de abril de 1936. José Simão Alves, o Robertinho, nasceu em Água Limpa, Goiás, no dia 09 de fevereiro de 1952.
O nome artístico com o qual Leonildo ficou conhecido foi devido ao fato dele realmente ser canhoto. José Simão Alves, por sua vez, se batizou artisticamente como “Robertinho” em homenagem a seu grande ídolo Roberto Carlos.
E foi numa viagem a Goiânia que os dois se conheceram. Robertinho, era fã de Léo Canhoto como compositor, foi a um Hotel para conhecê-lo e, por intermédio do acordeonista Nhozinho, foi a ele apresentado. Léo Canhoto, por sua vez, ouvindo Robertinho cantar, gostou bastante da sua voz e, após cantarem juntos algumas músicas, decidiram formar a nova dupla.
Robertinho não hesitou em se mudar de imediato para a São Paulo, onde, de início, morou durante dois anos na mesma residência de Léo Canhoto. Antes da gravação do primeiro LP, Léo Canhoto e Robertinho tiveram que fazer diversos “bicos”, acompanhando outras duplas, fazendo portaria nos circos, vendendo livros e, sempre que surgia alguma oportunidade, faziam algumas pequenas apresentações nos respectivos locais.
A nova dupla iniciou então uma verdadeira revolução no panorama da música sertaneja de um modo geral. No ano de 1969, Léo Canhoto e Robertinho aproveitando a janela aberta pela Jovem Guarda mostraram pela primeira vez ao público sertanejo o característico visual que misturava o sertanejo com o country americano, além de misturar também o boiadeiro com o rockeiro.
O primeiro disco foi gravado no mesmo ano pela RCA Víctor, contendo dentre outras músicas, um de seus maiores sucessos, que foi o corrido “Apartamento 37” de autoria de Léo Canhoto. Em 1972, Léo Canhoto e Robertinho ganharam um Disco de Ouro com o sucesso de “Apartamento 37”, tendo sido a primeira dupla sertaneja a conquistar tal prêmio no Brasil.
Algumas boas duplas sertanejas como Tibagi e Miltinho e Belmonte e Amaraí já haviam iniciado uma inovação na música caipira, com a inclusão de orquestras, trompetes e guitarras elétricas nos arranjos, além de terem incluído no repertório ritmos latinos tais como boleros, guarânias e rancheiras, além dos trajes típicos mexicanos, tão bem utilizados por Pedro Bento e Zé da Estrada.
Léo Canhoto e Robertinho gravaram 15 LPs na RCA, os quais foram produzidos pelo ex-rockeiro Tony Campelo, que também produziu uma infinidade de discos de Sérgio Reis. Foi por sinal na mesma gravadora que surgiu o repertório inovador com músicas que tinham até mesmo clichês inspirados por filmes de bang-bang, que estavam na moda na década de 1970, com direito inclusive aos tão característicos diálogos entre mocinho e bandido e efeitos sonoros diversos como tiros de revólver.
A dupla se desfaz em 1983.
Léo Canhoto se queixava pelo fato das emissoras de TV darem espaço para a música country americana e deixar de lado o novo caipira brasileiro que eles cultivavam. Apesar das inovações Léo Canhoto e Robertinho jamais conseguiram chegar aos horários nobres do Rádio e da TV. A dupla chegou a se unir novamente no ano de 1989, no entanto, sem obter o sucesso anterior.
Entre 1983 e 1989, Robertinho chegou a formar uma dupla com o acordeonista João Silvestre da Silva, o João Roberto, natural de Dourados, Mato Grosso do Sul e que possuía antes o nome artístico de Centavo (quando integrava o trio “Cruzeiro, Tostão e Centavo”. A dupla “João Roberto e Robertinho” gravaram três discos e, logo depois, João Roberto foi morar no Canadá onde viveu durante 13 anos, após os quais retornou ao Brasil e voltou a formar a dupla com Robertinho.
João Roberto, no entanto, faleceu no dia 14 de maio de 2005, durante um show no qual acompanhava Inezita Barroso em Itanhaém/SP. Repentinamente ele caiu no palco; foi socorrido imediatamente mas já estava sem vida, vítima de parada cardíaca fulminante, ocasião na qual contava 43 anos de idade.
Após uma breve parada por conta do ocorrido, Robertinho retomou a dupla com Léo Canhoto e até então continuam se apresentando em diversos eventos pelo Brasil. Seus maiores sucessos são: “Jack, o Matador”, “O Homem Mau”, “Vou Tomá um Pingão”, “Meu Carango”, “O Presidente e o Lavrador”, “Meu Velho Pai”, “A Gaivota”, “A Colina do Amor”, “Fofinha” entre tantos outros.
Em comemoração aos 40 anos de carreira gravaram um DVD. Contribuíram para o cinema nacional com o filme “Chumbo Quente”, gravado em 1978.
Amigos semana que vem tem mais curiosidades e histórias da nossa música sertaneja, grande abraço.
Por: Luiz Henrique Pelícia (Caipirão) para o site Sertanejo Oficial
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