Amigo amante da música sertaneja e fã do site Sertanejo Oficial, hoje você vai conhecer um pouco da história de Alvarenga e Ranchinho conhecidos como “Os Milionários do Riso”, agradecendo mais uma vez a pesquisadora Sandra Peripato.
Murilo Alvarenga nasceu em Itaúna, no estado de Minas Gerais, no dia 22 de maio de 1912 e faleceu em 18 de janeiro de 1978. Diésis dos Anjos Gaia, o Ranchinho, nasceu em Jacareí, no estado de São Paulo, no dia 23 de maio de 1913 e faleceu no dia 05 de julho de 1991.
Alvarenga foi apenas um e que, no entanto, por força das circunstâncias, acabou fazendo dupla com três parceiros por nome “Ranchinho”. O primeiro Ranchinho, portanto, foi Diésis dos Anjos Gaia, que cantou com Alvarenga de 1933 a 1938, retornando no ano seguinte e que, após outros sumiços, abandonou a dupla em 1965.
O segundo Ranchinho foi Delamare Abreu (nascido em São Paulo/SP no dia 28 de outubro de 1920), irmão de Murilo Alvarenga por parte de mãe, e que fez dupla com ele por dois meses na década de 50. Delamare mais tarde deixou o palco e passou a ser pastor protestante.
E o terceiro Ranchinho, que foi quem ficou mais tempo ao lado de Murilo, foi Homero de Souza Campos (1930-1997), conhecido também como “Ranchinho da Viola” e como “Ranchinho II” (apesar de ter sido o terceiro). Homero cantou com Murilo Alvarenga de 1965 até o seu falecimento em 1978.
O “Ranchinho da Viola” foi o mesmo Homero que também integrou o “Trio Mineiro”, juntamente com Bolinha e Cosmorama e que chegou a gravar 12 discos de 78 rpm. E, com Alvarenga, Homero gravou 15 discos, entre 78 rpm e LPs.
Murilo e Diesis conheceram-se no início da década de 30 na cidade de Santos/SP. Murilo, após o falecimento de sua mãe, morava no Brás, em São Paulo/SP com seus tios; ele era trapezista e também cantava tangos. Diésis cantava músicas românticas na Rádio Clube de Santos, que havia sido inaugurada pouco tempo antes (em 1927). “Rancho Fundo” (Ary Barroso e Lamartine Babo) era uma das músicas preferidas e mais freqüentemente interpretadas por Diésis que, em função disso, começou a ser anunciado como “Rancho”.
O primeiro encontro se deu numa serenata. E, como era baixinho, Diésis aproveitou o apelido e o modificou para Ranchinho, quando da formação da dupla com Murilo que, por sua vez, aproveitou o próprio sobrenome: “Alvarenga e Ranchinho” passaram então a cantar a duas vozes em circos interpretando de início um “repertório sério” formado por valsas, modinhas, tangos e chorinhos. Por serem engraçados passaram a contar piadas entre uma música e outra, da mesma forma como também faziam Jararaca e Ratinho no Rio de Janeiro/RJ.
A dupla iniciou-se efetivamente em 1933. Devido às paródias que satirizando diversos políticos, sofreram perseguições e acabavam presos.
Ao longo da carreira foram vários discos e canções de sucesso entre as mais conhecidas temos: “Liga das Nações”, “Aquela Flor”, “Hê São Paulo”, “O Drama de Angélica”, “Romance de uma Caveira”, entre outros, além de marchinhas carnavalescas que era o forte da dupla.
Os três “Ranchinho” estiveram presentes no velório de Murilo Alvarenga em Janeiro de 1978 e, inconsolável, Diésis declarava que haviam combinado de refazer a dupla, poucos dias antes da morte do parceiro.
Problemas pulmonares levaram Ranchinho deste mundo em 05 de julho de 1991. E, no dia 31 de julho de 1997, faleceu, também vítima de câncer no pulmão, o “Ranchinho II”, Homero de Sousa Campos. Os milionários do riso ficaram marcados para sempre na história musical do nosso Brasil.
Amigos semana que vem amigos tem mais curiosidades e histórias da nossa música sertaneja, grande abraço.
Por: Luiz Henrique Pelícia (Caipirão) para o site Sertanejo Oficial
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