Após Recorde em 2024, Safra de Azeitonas em Minas Gerais Deve Cair
A Safra de Azeitonas em Minas Gerais, que alcançou um recorde em 2024, enfrenta uma queda significativa em 2025, com previsão de redução superior a 50%. A principal causa é atribuída a fatores climáticos, como a estiagem prolongada e temperaturas mais altas do que o habitual, que prejudicaram a florada das oliveiras.
Na Serra da Mantiqueira, região responsável por 65% da produção no estado, a expectativa é de uma safra de 75 mil litros de azeite neste ano, metade do volume registrado no ano anterior, quando foram produzidos 150 mil litros. A área de cultivo na região abrange cerca de 3 mil hectares, com 200 produtores e 40 agroindústrias processadoras que atendem a uma demanda crescente por azeites de alta qualidade.
Desafios e Oscilações na Produção
Segundo Pedro Moura, coordenador do Programa Estadual de Pesquisa em Olivicultura da Epamig, a produção de azeite no Brasil é sensível às condições climáticas do ano anterior. Ele explica que a safra tem apresentado oscilações nos últimos anos: em 2022, foram 120 mil litros; em 2023, houve uma queda significativa, seguida por um recorde em 2024, e agora um novo recuo em 2025.
Além do clima, outros desafios incluem doenças nos olivais, aumento de impostos e altos custos de produção, que impactam diretamente a competitividade do setor. Apesar disso, Minas Gerais tem se destacado pela qualidade do azeite produzido, com cerca de 90 marcas locais reconhecidas até no mercado internacional.
Investimentos em Pesquisa e Tecnologia
Para enfrentar os desafios, a Epamig tem intensificado investimentos em pesquisa. Moura destaca que mais de 20 projetos estão em andamento, com foco em soluções como:
Adaptação das oliveiras às mudanças climáticas.
Tecnologias de processamento para aumentar o rendimento da produção.
Estudos de qualidade sensorial para aprimorar o azeite nacional.
“Essas iniciativas têm sido fundamentais para a consolidação do azeite brasileiro como um produto de excelência no mercado internacional”, ressalta Moura.
Foco no Consumo Interno
Apesar do reconhecimento global, a produção de azeite em Minas Gerais ainda é recente e voltada principalmente para o consumo interno, com distribuição em empórios e mercados especializados.
A expectativa é que, com os avanços tecnológicos e o apoio dos produtores, o setor possa superar os desafios climáticos e econômicos, garantindo um futuro promissor para a olivicultura em Minas Gerais e no Brasil.